A bela cidade de Jacarau

MEDO DE UMA IMPRENSA QUE MATA

                                               Sou um homem honesto, mas como qualquer cristão não sou perfeito, tenho minhas falhas, meus desvios e acho que isto todo mundo tem: Quem nunca avançou um sinal, quem nunca tomou uma e dirigiu, quem nunca fez uma contramão? Se você é do rol que é perfeito cuidado, você não é deste mundo e pode ser chamado para os céus a qualquer momento, aqui é o mundo dos que ainda estão se construindo e isto é de Deus, que mandou o seu filho deste jeitinho mesmo, santo e humano e na qualidade de humano, muitas vezes ele fez o que faz um humilde pecador.

                                               Pois bem, nesta Fazenda de Deus chamada mundo, na qual ele nos julgou digno de nos tornamos seres e nela habitar, passar um tempo e curtir bem muito, existem criações humanas que oprimem o outro, que assassina de forma cruel o outro, não é morte física não, é a chamada morte moral, o alijamento integral do grupo social onde você orbita e para tanto, criaram uma imprensa chamada IMPRENSA CRIMINALIZADORA, ou seja, é aquela com um plantel de pessoas dispostas a extirpar a honra e a dignidade de humilíssimos cidadãs e cidadãos, os quais são indiciados num inquérito sumário, julgados e condenados por eles na hora em que um fato é noticiado.

                                               Essa imprensa é perigosa, a maioria dos policiais, notadamente daqueles que não são exemplo dentro de suas corporações detém em suas agendas seus telefones e qualquer desvio de alguém, esses policias acionam seus telefones chamando o agourento e criminalizador repórter para matar e enterrar a dignidade e a boa fama da próxima vítima.

                                               Cuidado, se você detiver um certo poder econômico e for do rol das chamadas autoridades aí que é perigo mesmo, eles são desapiedados e mesmo que você não seja o envolvido, seja um sobrinho ou um parente, eles não deixam por menos e destilam com gosto a morte daquele ser humano, dizendo que  sobrinho, irmão, cunhado ou amigo da autoridade tal acaba de ser preso e aí criam os mais diversos delitos e constrangem suas presas,  e como severos e implacáveis  inquisidores, dirigem perguntas pejadas de preconceito e de afirmações cavilosas, a exemplo: “Foi droga”? “Foi acerto de contas”? “Tava Embriagado?, sempre na procura de afirmações quase impostas, para destruir a imagem de uma mulher ou de homem pai, irmão e amigos exemplares, pois do contrário nada lhes interessa, só dar audiência se existir um “cristo” para crucificação em seus malditos e criminosos programas.

                                               Eles invadem residências e velórios e não respeitam nem a dor e nem os sentimentos da família enlutada e o pior, como abutres carniceiros, quando se trata de famílias pobres aí é que o espetáculo é mais chocante, praticamente obrigam idosas e idosos a se postarem em frente às câmeras e delas extraem tristes relatos, desnudam aquilo que eles possuem de mais sagrado, a sua privacidade, a imagem do filho preso ou morto ou do marido desgraçados, às vezes por acusações levianas. Imagine um pai de família ser apresentado ao distinto público como abusador de uma criança, quando ele é um ser inteiramente inocente, isto já ocorreu, um homem agudamente simples, trabalhador da enxada, foi acusado de abusar de uma criança sua enteada, após as apurações judiciais, ficou desvelado que aquele homem havia sem malícia alguma, brincando de cachorro, mordeu o bumbum da criança, mas sem nenhuma intenção de exteriorizar qualquer perversão sexual, mas a mídia espetaculosa, o Marcou de forma indelével e para sempre, pois o expôs como um terrível tarado, nunca mais ele será o mesmo.

                                               Há um mês atrás, uma mulher foi presa em flagrante e inexoravelmente e cruel exposta por essa imprensa. A acusação: seqüestro e cárcere privado de dois irmãos e do pai idoso. Imediatamente fomos ao local e lá constatamos que não havia vítimas e nem criminosos, todos da família haviam sido imolados por uma hecatombe social, ou seja, uma mulher cuidava de dois irmãos doentes mentais furiosos, que se soltos, um devorava o outro, enquanto o ancião é portador de avançada doença de Alzheimer e grita durante o dia e a noite na sala da casa, agitando os filhos dementes e perigosos, de forma que a única forma que aquela pessoa desprovida de conhecimento se socorreu de grades para fechá-los em quartos, mas a Polícia a prendeu sob cáusticas acusações e a mídia atroz e desalmada, a condenou, quando cuidamos, ela já estava num presídio da capital, mas fomos atrás, pedimos a sua liberdade de volta e foi concedida, agora, suplicamos pelo arquivamento da peça policial, que só fez agravar a situação, uma vez que quando prendeu a irmã, deixou ao léu os doentes, tendo o Ministério Público que correr atrás para remediar a triste situação, mas se tornou impossível, Gorete agora também está doente, com intensa depressão, que pode avançar para outros distúrbios, agora ao invés de três doentes, essa mídia alimentada por essa polícia, adoeceu mais um.

                         Essa imprensa cria mitos, sabemos de policiais que são tidos como os melhores, mas que na verdade, ao fazerem o jogo dessa imprensa se promiscui com ela e diz o que ela quer ouvir, enquanto seus feitos espetaculosos não passa de prisão de simplórios foras da Eli, vendedores de cinco ou dez pedras de crack, ladrões de galinha e outras insigficâncias, que são colocados na tela da imprrensa desalmada, como um grande traficante, um grande bandido e dizem, que tem policiais graduados que até pagam a essa gente, não tenho provas disto, mas que os comentários existem, isto é fato.

                                               Senhoras e senhores, não precisamos de inquisidores cruéis, necessitamos sim, de alguém que cuide do social e de uma sociedade doente, enferma peãs doenças do preconceito, da omissão e de outros males, que somente com muita educação e boas políticas de inclusão a curará, nunca com uma imprensa que mata, notadamente sonhos e a vida de pessoas todos os dias.

                                               Algo precisa ser feito urgentemente, para que essa mídia assassina tenha um basta. Um basta de verdade.