sábado, 17 de agosto de 2013

PRESIDENTE DUTRA, ISTO, AQUILO O OUTRO

SARGENTO LÉLIO

Lélio de Joaquim Preto tinha uma calça verde de veludo e havia um circo armado aí ao lado do Grupo Luiz Viana Filho, perto da casa do goleiro Lelé e todos os dias Lélio entrava de graça e ainda botava para dentro os amigos, dizendo ser o Sargento Lélio e qualquer coisa estaria às ordens, até que um dia ocorreu uma grande confusão no interior do circo e o proprietário gritava desesperado: “Sargenti Léli, Sargenti Léli, acuda Sargenti Léli, vão acabar a lona do meu circo, acuda Sargenti Léli, vão quebrar minhas cadeiras”, porém, Sargenti Léli já tinha se escafedido, ido embora e nunca mais foi no circo, pois contaram ao empresário circense, que Sargenti Léli havia mentido para ele.

JOELZINHO

Joelzinho é uma alma maravilhosa, filha de Seu Leonides, irmão de Pedro de Leonides da Rua da Igreja, gostava muito de beber uma aguardentezinha e quando já estava meio melado como se diz por aqui, danava-se a revelar suas intimidades pessoais, uma delas, que é a sua grande tristeza é ter nascido com um órgão genital muito reduzido, em determinada posição, não passa de cinco centímetros e ele dizia: “MAS É DURO, É MUITO SOFRIMENTO, EU TENHO QUE COLOCAR UMA LÂMPADA PARA PODER VER E AS MULHERES DO CABARÉ DE LAURO VELHO DIZ CADÊ, É DURO, MUITO DURO ESTA SITUAÇÃO” e caía em choro copioso.
ALBINO
Albino é irmão de Joelzinho e este não residia na Dutra, creio que no povoado da Aguadinha, mas sempre vinha à cidade e quando assim procedia todos sabiam que Albino estava na rua, pois ele chegava anunciando as horas, uma vez que orgulhoso do seu relógio oriente cinco estrelas, gritava a plenos pulmões: “onze horas, é onze horas, opa, agora é onze e dez, atenção Pedú de Dumingu Mende, Deblande, Gedeon, é onze horas e quinze, é Nilza de Pedro, é onze horas, tá na hora de se comer feijão” .
Mas Albino também vinha dando as notícias e gritava em todas as ruas quem tinha falecido, se havia chovido, quem tava colhendo já a safra, etc.

BENÍCIO

Benício era casado com Nita do Velho Lourão e tinha em João de Nita seu filho, seu verdadeiro e emocionado orgulho. Benício amava João de uma forma estrondosa, pois sentia a necessidade de dizer, de expressar este amor e o fazia de forma veemente e corajosa, quando alguém mexia com João de Nita.
Benício gostava de discursar e o fazia em cima de um tamborete e Nita vinha buscá-lo para leva-lo para casa, ocasião em que travava-se forte discussão entre os dois e a “mundiça” encostava e ficava estimulando a desunião, de forma que João também passava a reclamar com os “mundiçados” que atentavam seus pais e Benício ainda em cima do tamborete elaborava um bem erudito discurso rechaçando os circunstantes dizendo: “Esses reboculosos, esses hinpopolitêmicos, que numa eipótise de eu lhes chicotear, não aguentarão e não mais farão terra na minha Nita e no meu João, pois eles tem inveja de mim e por isto querem fazer terra na minha família”.

JOAQUIM BRANCO E A SULTANA


Nessa época, anos 60/70, os vendedores vinham de Feira de Santana em caminhões fechados que eram chamados na Dutra de sultanas e seus condutores possuíam um grande status social, eram verdadeiras autoridades e num certo dia, uma dessas figuras estava no Depósito de marinho Velho, aí na praça, encostado a Mané Doce e Joaquim Branco estava presente e foi perguntado pelo sultanista porque falava tão arrastado, cantando e Joaquim Branco mesmo enraivecido disse que era um costume da terra e indagou do seu ironizador o que fazia por ali e de onde era, tendo o mesmo respondido que era de Feira de Santana e estava por ali vendeno, comprano, viajano ao que Joaquim Branco respondeu: “você é um idiota analfabeto, quis me ridicularizar por conta da minha da minha fala arrastada e agora vem dizendo que está por ai viajano,vendeno, comprano, vou lhe ensinar analfabeto como é que fala é assim: VENDENDOOOO! VIAJANDOOO!, COMPRANDOOO!, com DÊ, não é com NÊ não”. O viajante se calou, baixou a cabeça, limpou sua parte traseira e foi embora.

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