SARGENTO LÉLIO
Lélio de Joaquim Preto tinha uma calça verde de veludo e
havia um circo armado aí ao lado do Grupo Luiz Viana Filho, perto da casa do
goleiro Lelé e todos os dias Lélio entrava de graça e ainda botava para dentro
os amigos, dizendo ser o Sargento Lélio e qualquer coisa estaria às ordens, até
que um dia ocorreu uma grande confusão no interior do circo e o proprietário
gritava desesperado: “Sargenti Léli,
Sargenti Léli, acuda Sargenti Léli, vão acabar a lona do meu circo, acuda
Sargenti Léli, vão quebrar minhas cadeiras”, porém, Sargenti Léli já tinha
se escafedido, ido embora e nunca mais foi no circo, pois contaram ao
empresário circense, que Sargenti Léli havia mentido para ele.
JOELZINHO
Joelzinho é uma alma maravilhosa,
filha de Seu Leonides, irmão de Pedro de Leonides da Rua da Igreja, gostava
muito de beber uma aguardentezinha e quando já estava meio melado como se diz
por aqui, danava-se a revelar suas intimidades pessoais, uma delas, que é a sua
grande tristeza é ter nascido com um órgão genital muito reduzido, em
determinada posição, não passa de cinco centímetros e ele dizia: “MAS É DURO, É MUITO SOFRIMENTO, EU TENHO
QUE COLOCAR UMA LÂMPADA PARA PODER VER E AS MULHERES DO CABARÉ DE LAURO VELHO
DIZ CADÊ, É DURO, MUITO DURO ESTA SITUAÇÃO” e caía em choro copioso.
ALBINO
Albino é irmão de Joelzinho e
este não residia na Dutra, creio que no povoado da Aguadinha, mas sempre vinha
à cidade e quando assim procedia todos sabiam que Albino estava na rua, pois
ele chegava anunciando as horas, uma vez que orgulhoso do seu relógio oriente cinco
estrelas, gritava a plenos pulmões: “onze
horas, é onze horas, opa, agora é onze e dez, atenção Pedú de Dumingu Mende,
Deblande, Gedeon, é onze horas e quinze, é Nilza de Pedro, é onze horas, tá na
hora de se comer feijão” .
Mas Albino também vinha dando as
notícias e gritava em todas as ruas quem tinha falecido, se havia chovido, quem
tava colhendo já a safra, etc.
BENÍCIO
Benício era casado com Nita do Velho Lourão e tinha em João de Nita
seu filho, seu verdadeiro e emocionado orgulho. Benício amava João de uma forma
estrondosa, pois sentia a necessidade de dizer, de expressar este amor e o
fazia de forma veemente e corajosa, quando alguém mexia com João de Nita.
Benício gostava de discursar e o
fazia em cima de um tamborete e Nita vinha buscá-lo para leva-lo para casa,
ocasião em que travava-se forte discussão entre os dois e a “mundiça” encostava e ficava
estimulando a desunião, de forma que João também passava a reclamar com os “mundiçados” que atentavam seus pais e
Benício ainda em cima do tamborete elaborava um bem erudito discurso rechaçando
os circunstantes dizendo: “Esses
reboculosos, esses hinpopolitêmicos, que numa eipótise de eu lhes chicotear, não
aguentarão e não mais farão terra na minha Nita e no meu João, pois eles tem
inveja de mim e por isto querem fazer terra na minha família”.
JOAQUIM BRANCO E A SULTANA
Nessa época, anos 60/70, os
vendedores vinham de Feira de Santana em caminhões fechados que eram chamados
na Dutra de sultanas e seus condutores possuíam um grande status social, eram verdadeiras autoridades e num certo dia, uma
dessas figuras estava no Depósito de marinho Velho, aí na praça, encostado a
Mané Doce e Joaquim Branco estava presente e foi perguntado pelo sultanista porque
falava tão arrastado, cantando e Joaquim Branco mesmo enraivecido disse que era
um costume da terra e indagou do seu ironizador o que fazia por ali e de onde
era, tendo o mesmo respondido que era de Feira de Santana e estava por ali vendeno, comprano, viajano ao que
Joaquim Branco respondeu: “você é um
idiota analfabeto, quis me ridicularizar por conta da minha da minha fala
arrastada e agora vem dizendo que está por ai viajano,vendeno, comprano, vou
lhe ensinar analfabeto como é que fala é assim: VENDENDOOOO! VIAJANDOOO!,
COMPRANDOOO!, com DÊ, não é com NÊ não”. O viajante se calou, baixou a
cabeça, limpou sua parte traseira e foi embora.
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