domingo, 4 de agosto de 2013

PRESIDENTE DUTRA, ISTO, AQUILO O OUTRO

A TEIMA ENTRE JOAQUIM BRANCO E AGRIPINO

Nós estávamos na Rua Nova, sentados em frente à nossa modesta casa, quando começamos a escutar uma grande discussão, as vozes inconfundíveis nos permitiram identificar de logo os debatedores, eram meu Tio Joaquim Branco e Agripino de Odila e o assunto era: FEIJÃO TEMPERADO E SE QUEM O COMIA CAGAVA MOLE OU DURO.
Agripino de forma muito alta, possuía um vozeirão que parecia uma caixa de som amplificada, dizia que feijão temperado não era tão somente o feijão machucado, mas feijão que contivesse mustura, isto mesmo, mustura, como sendo toucinho, tripa, bucho e até mesmo mocotó e o feijão temperado feito por Odília era de uma sustança incomparável, mas no outro dia todos cagavam mole.
Joaquim Branco não ficava por baixo e dizia que feijão temperado é feijão com tomate, alho, quiabo e que um feijão bem temperado com farinha, no outro dia o “freguês” cagava duro e esta teima entrou por noite adentro, creio que findou por volta de meia noite, sem vencedores, mas com uma platéia que os escutava com baba na boca pensando no feijão temperadú. Esta discussão foi na calçada do açougue de Joaquim Preto, na Rua da Igreja, onde todas as noites os moradores das imediações se reuniam para prosear.

A BARRIGUDA DERRUBADA POR ANIZÃO

Anizão de Sinfrônio, marido de Tiunila de lú, não se sabe até por quais cargas d’águas empreendeu uma luta insana contra a barriguda secular existente na comunidade de mesmo nome, cuja mulher que mais a representava era Dona Auta, mãe de Edi, mas ali também moraram ou Emidiona, Lizete de Maria do Juá, Dino, Vicente Marcinero, Maria de Auta e em várias semanas de machado em punho, colocou abaixo uma planta que deveria ser preservada e como Anizão era tido como valente, ninguém reclamou e perdemos um patrimônio paisagístico.

OS ARGUMENTOS DE ZUZA MENDES E ZÉ MANOEL

Esses dois homens foram grandes professores na nossa terra, ainda hoje me recordo dos argumentos, que era uma roda formada pelos alunos e tínhamos que soletrar as palavras e recitara a taboada, quem errasse recebia bolos de uma potente palmatória daquele que acertasse e se todos obrassem em desacerto, seriam impiedosamente castigados com bolos pelos professores.
Outra curiosidade, é que em cima das mesas desses mestres, existiam ou um pedaço de madeira ou uma pedra bem bonita e tratada, eram as “licenças”, para ir no mato (não existiam banheiros), o estudante teria que pegar a licença e o professor anotava com quem ela estava e outro colega só poderia saí, quando aquele que havia saído devolvesse à mesa a “licença”.

ROUBARAM MEU DISCURSO

Isto foi em 1970, o Deputado Dilson Nogueira de Xique-xique elaborou um belo discurso para o candidato Antonio Félix Machado ler no comício da noite, porém um fato inusitado aconteceu, Neto de Honório, num descuido de Felão 70, meteu a mão no bolso do paletó deste e surrupiou o discurso e na hora que chamaram Felão para falar e este cascaviou os bolsos e não encontrou o escrito, berrava no microfone “roubaram meu discurso, roubaram meu discurso”.

SOLDADO TITIRANE

Foi o policial mais famoso da região, ele prendia as pessoas que por uma falta de orientação, eram tidas como valentes e ele fez história em nossa cidade. Nos domingos, dia de feira da Dutra ele ficava no Hotel de Cota Caroba, bem uniformizado e todos o temiam, a conversa era: “cuidado, Titirane tai”.

DELEGADO ZÉ RODRIGUES

Zé Rodrigues era um delegado famoso na cidade de Irecê, adorava fumar charuto e depois foi trabalhar em Presidente Dutra, dizem que na delegacia do Delegado Zé Rodrigues havia uma placa com os dizeres: “quem entrar aqui e saí dizendo que não apanhou, é um mentiroso” e mais, os ladrões de galinha ricos ou pobres, tinham a cabeça raspada, de sorte que até hoje na Dutra, quando alguém raspa a cabeça dizem que ta parecendo um ladrão de galinhas.
E em Presidente Dutra me lembro dos seus filhos, me parece que eram Aparecida e Efigênio, onde cresceram, estudaram e adotaram nossa terra como a deles também.

ZÉ PEQUENO E ADELINO

Dois fanáticos por futebol invadiam campos, chamavam os árbitros de ladrões e se alteravam de uma forma que perdiam mesmo a paciência, quem os via nos dias de jogo, viam que eles se transformavam de pessoas pacatas, educadas e boas, para torcedores prontos mesmo até para a briga. Que saudades.

GENTE BOA

Gente boa foi um homem que pareceu em Presidente Dutra do nada e do nada sumiu. Era um negro de estatura alta, forte, com gingado mesclado de capoeira e sambista e era extremamente trabalhador e foi empregado de Joaquim Preto e a todos educadamente tratava por Gente Boa.
Gente Boa tinha fama de valente, mas uma dia alterou na feira e foi preso por Titirane, no outro dia, ao ser solto, simplesmente desapareceu

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