domingo, 14 de setembro de 2014

 A VIDA ATUAL DOS SERTANEJOS


         No artigo anterior falei sobre a vida dos sertanejos nas décadas de 70, 80 e 90. Suas histórias de lutas, de sacrifícios, de abandono e de injustiça social. Agora mostrarei um pouco a atual diferença quilométrica em todos os âmbitos de sua vida social, econômica, política e cultural.

          O que vou expor é o que ouvi e ouço do povo do sertão sobre as mudanças que aconteceram e vem acontecendo na sua vida. São relatos recheados de honestidade, sinceridade e verdades:

-Padre Djacy,  tenho 70 anos, e pode dizer que as coisas mudaram muito, e para melhor, graças a Deus.

-No passado sertanejo não era considerado gente, hoje ele é tratado com mais dignidade, com mais respeito.

-Naquele tempo, o pobre do sertão não sabia de nada da vida, era um pobre matuto, hoje a realidade é outra, o pobre é mais valorizado, é tratado com gente mesmo.

-Cidadania a gente não sabia o que era, hoje a gente tem noção do que seja. Hoje os sertanejos sabem quais são seus direitos.

-No meu tempo, as palavras mais conhecidas eram: fome, miséria, seca, sede, injustiça, hoje, seu padre, as palavras são: cidadania, dignidade, respeito e justiça para todos. Graças a Deus.

Graças a Deus, hoje a gente não leva mais nome de cassaco, de flagelado, mas de cidadão.

-hoje quando adoece alguém da família ou não, a gente liga pro Samu. A gente não se humilha mais a ninguém.

-O Samu foi a melhor coisa que o governo federal criou para o povo.
-Melhorou muito. Agora tem o mais médico. Vieram uns médicos de Cuba. Eles são bons. Na minha comunidade tem uma médica. É uma beleza.

-Hoje a vida está melhor no que diz respeito à saúde. Hoje temos o PFS, ou seja, uma equipe da saúde que visita as famílias.

-A gente não precisa mais se humilhar a prefeito nem a vereador. Adoeceu, a gente tem o Samu, tem médicos cubanos, tem PSF e outras coisas boas. Mudou muito.
-Padre, o programa mais médico foi a melhor coisa que o governo federal criou para atender os pobres. Muito bom mesmo.

-Graças a Deus, hoje tem a farmácia popular para socorrer quem é pobre.
-Nunca mais andei de ônibus, porque só ando de avião.

-Antigamente pobre só via avião no céu, hoje, pobre anda de avião. Graças a Deus.
-Padre, eu soube que uma doutora de S. Paulo disse que o aeroporto está com cara de rodoviária. Sabe por que ela disse isso: porque não quer ver pobre andar de avião. Mais a gente agora anda mesmo é de avião.

-Meus filhos antes só iam e viam de São Paulo de ônibus, agora eles só viajam de avião. Que maravilha!

-Passagens de avião agora são de graças, basta procurar as promoções. Um tempo desses, meu primo veio de São Paulo de avião por 39 reais. Acabou o tempo em que só rico andava de avião.

-Se eu disser para o senhor, o senhor não vai acreditar. Eu já fui pra São Paulo três vezes de avião. Pense numa viagem boa! É bom demais andar de avião.

-Uma coisa eu digo para o senhor: se aeroporto está com cara de rodoviária, é porque pobre agora também anda de avião, tem mais condições, tem mais dignidade. Esses ricos só pensam em si, são egoístas demais. Agora somos todos iguais.

-É tanto programa do governo federal. É bolsa família, bolsa isso, aquilo. É tanta bolsa. Só cego não ver essas coisas boas do governo federal.

-O bolsa família, seu padre, é a nossa sorte. Se não fosse esse dinheiro, a gente já estaria era morto.

-Vou lhe dizer uma verdade, Padre, se não fosse o bolsa família, o povo já teria saqueado mercados, escolas, creches, feiras e tudo mais. Graças a Deus, com esse dinheiro do bolsa família, não foi preciso.

-Quando não tinha bolsa família, em tempo de seca, morria muito gente de fome. Neste ano de 2012, não morreu ninguém por conta do bolsa família. Este ano foi diferente dos outros anos.

-Seu padre, graças a Deus, no nosso sertão, onde a gente mora, não tem mais aquela fome como antigamente. Naquele tempo, muitas pessoas morriam de fome, hoje,não.

-No tempo de hoje, as crianças sabem o que é maçã, uva, iogurte e outras frutas. No nosso tempo, a gente nem conhecia essas frutas.

-Toda semana eu faço minha feira de verduras e frutas. Como as coisas mudaram.
-Houve a seca de 2012, mas a gente não foi humilhada com antigamente. Os sertanejos foram tratados com mais respeito. Ninguém foi humilhado. O povo tem que reconhecer isso.

-No passado, em tempo de seca, os sertanejos eram vistos como cassacos, flagelados, na seca de 2012, os trabalhadores da roça foram tratados como gente, como pessoa humana, como cidadãos. Ninguém foi humilhado como nas secas do passado. Hoje o governo olha pra nós de forma diferente.

-De 2002 pra cá, as coisas mudaram pra  melhor. É como se a gente estive no escuro e saísse pra o claro. Ninguém pode negar essa mudança  boa pra o pobre. As coisas melhoram muito. Digo e seguro o que estou dizendo.

-No sertão, seu padre, pobre não estuda se não quiser. Agora todo pobre tem oportunidades para se formar. Como as coisas mudaram. Antes, só filhos de ricos se formavam, hoje é todo mundo, pobre e rico. Graças a Deus.

-Hoje, o ônibus escolar pega nossos filhos na porta de casa. Tudo é fácil. A merenda na escola é muito boa. É suco, é salada, é iogurte, é comida de qualidade. Estudante pobre não passa mais fome na escola.

-Acabou o tempo em que só se formavam os filhos de ricos. Agora pobre também se forma.

-Graças ao Prouni, conheço muitos filhos de famílias pobres que estão fazendo curso superior. Eu conheço, Padre, alguns rapazes e moças, de famílias pobres, que estão fazendo medicina, Direito, Odontologia e mais cursos por causa do Prouni.

-Com esse Prouni,é tanta gente pobre se formando. Eu fico até pensando: eu estou sonhando dormindo? Estou admirado com tantos filhos de pobres se formando por causa desse Prouni. Nunca vi isso na minha vida. Eu fico mesmo é admirado.

-Um rapaz falou-me: padre Djacy, vou fazer um curso superior graças ao Fies.

-Aqui onde eu moro, padre, agora filho de pobre se torna doutor. O governo federal está ajudando muito. Filho de pobre agora se torna doutor.

-Olha, Padre Djacy, como o senhor mesmo sabe, eu sou de família pobre, e hoje estou fazendo doutorado e o meu irmão está concluindo seu curso superior. Eu só tenho que parabenizar o atual governo federal que olhou para os estudantes de condições humildes.

Bom, Padre Djacy, no tempo dos meus pais, realmente tudo era difícil. Hoje, de 2003 pra cá, há o PROUNI, O PRONATEC ( Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) ,O SISU, o Programa Federal de Bolsas de Estudo no Exterior.

-Hoje o aluno recebe farda e livros do governo. Tudo é melhor para pobre formar seus filhos.

-Padre,  tenho duas filhas estudando graças aos FIES. O governo federal está facilitando a vida dos estudantes pobres com o Fies e o Prouni.

-Meu filho estava na Europa fazendo mestrado e depois doutorado. Antes isso era coisa de família rica, que tinha muito dinheiro.


-Na minha cidade, tem jovens pobres fazendo doutorado. Minha vizinha fez doutorado e hoje é professora de uma universidade. Conheço os pais dela são todos pobres.

-Eu me lembro que na cidade onde moro, só um ou dois estudavam pra se formar, hoje, nessa mesma cidade, há mais de quarenta universitários. Está todo mundo se formando.

-Amigo, quem diria filhos de agricultor, de lavadeira, de gari, de coveiro, se formar? Conheço um filho de um coveiro que está terminando o curso superior.

-Aqui no Vale do Piancó, o senhor conhece muito bem, o governo trouxe para nossos filhos um Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia. Vai melhorar muito para a nossa região tão sofrida. Muitos rapazes e moças vão poder fazer um curso técnico profissionalizante. A gente deve muito agradecer a esse governo federal.

-A vida tá mudada mesmo. Antigamente, pobre não tinha nada dentro de casa. Só tinha uma cama, uma mesa e os tamboretes. A casa do pobre era verdadeira casa de pobre, nada tinha.

-Na casa de qualquer família pobre, seu padre, tem televisão com antena parabólica, geladeira, liquidificador, fogão a gás, moto, e muitos têm até computador com internet.

-Aqui no sertão todo pobre tem celular. Na minha casa, só de celular são cinco. Antes isso era coisa de rico, da elite.

-Olha padre, se o senhor observar, nesta cidade pequena, pobre, quase todo mundo tem computador e internet. É coisa boa. Mudo demais.

-Hoje é a maior facilidade para pobre. Você vai a uma loja e compra qualquer objeto de valor para pagar em até 12 vezes. O governo facilitou a nossa vida. Qualquer pessoa pode comprar um celular, um computador para pagar em diversas vezes.

-Antes, o transporte de pobre era o jumento ou cavalo, hoje, graças a Deus, é moto. Lá onde a gente mora as pessoas não andam mais a pés ou de jumento, mas de moto. É moto que não acaba mais. Acabou o nosso sofrimento.

-Padre, eu sou pobre, mas na minha casa tem geladeira, fogão de gás, TV bem moderna (TV Plasma, possivelmente),ferro de engomar e meu marido e meus filhos têm moto. Não é uma maravilha?

-Se o senhor observar, hoje o pobre pode comprar roupa, antigamente não. Só rico era quem podia se vestir bem. Se o senhor for a uma festa, vai observar que os pobres estão usando roupa boa. Lá na festa, ninguém sabe quem é rico e quem é pobre. Graças a Deus que as coisas mudaram pra vida do pobre.

-No meu tempo as mulheres botavam água na cabeça, hoje, em quase todas as casas dos sítios, têm água encanada.

-Eita tempo difícil era o nosso. Me lembro que quando a gente queria ir botar as “coisas pra fora”(defecar) ou mijar, a gente corria pro mato, hoje, a gente tem banheiro com chuveiro e vaso sanitário. E muitos banheiros têm cerâmica. Mudo mesmo.

-Como as coisas mudaram. Agora temos o programa minha casa, minha vida, do governo federal. Pobre agora pode ganhar uma casinha pra morar.

-Antigamente, era a coisa mais difícil um pobre ganhar uma casa do governo. Eu ganhei uma e estou muito feliz. Esta casa, seu padre, é minha maior felicidade. Estou muito feliz depois que ganhei a casa do minha casa, minha vida.

-Antigamente, casa de pobre era de taipa, toda esburacada. Era vida triste. Hoje, o governo inventou esse programa minha casa,  minha vida, e todo pobre que não tem casa pode ganhar uma. Eu mesmo ganhei uma.

Os anos passaram e a realidade também. Hoje, os sertanejos, com semblante de alívio, entusiasmados e admirados com o presente, contam uma nova história de vida marcada por cidadania, justiça e dignidade.

A verdade tem que ser dita: a situação dos nordestinos melhorou. Só os maus intencionados, politicamente falando, não querem dar fé.
 

Com isso não estou dizendo que está um céu, mil maravilhas, tem que melhorar, e muito. Para isso, o povo não pode parar de lutar em defesa dos seus direitos mais elementares, e o governo federal tem que continuar, com firmeza e determinação política, com sua benéfica e eficaz política socioeconômica e cultural de inclusão.

Afirmo, peremptoriamente, que é a política de inclusão cidadã deste governo
 
federal que está melhorando a vida do povo nordestino. E Essa trajetória libertadora e de resgate de cidadania não pode ser interrompida.

Padre Djacy Brasileiro, em 14 de setembro de 2014

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