CEDHPB, MAIS UMA VEZ É DESTAQUE NA DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS DA MINORIA, VEJAM REPORTAGEM ABAIXO DA FOLHA DE SÃO PAULO
"Decapitação" de estátua de Iemanjá causa revolta na Paraíba
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REYNALDO TUROLLO JR.
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
Atualizado às 10h46.
Para autoridades paraibanas, não passou de vandalismo. Para militantes dos direitos humanos e do movimento negro, foi um ato de intolerância religiosa.
O fato é que a estátua de Iemanjá que fica na praça de mesmo nome na praia turística do Cabo Branco, em João Pessoa, amanheceu "decapitada" no início da semana.
A cabeça foi colocada no chão, ao lado da imagem de concreto, que tem cerca de 2,5 metros e quase 20 anos. A base foi escavada.
"Foi intolerância. Estamos tristes e indignados. Por que decapitar e deixar a cabeça certinha no chão?", diz mãe Renilda, presidente da federação de cultos afro-brasileiros da Paraíba.
Nalva Figueiredo/"Correio da Paraíba" | ||
Imagem de Iemanjá teve a cabeça decepada por vândalos |
O episódio levou o Conselho Estadual dos Direitos Humanos --que é presidido por um padre-- a publicar nota de repúdio contra o "desrespeito à diversidade religiosa".
"As pessoas agredidas, principalmente, são as adeptas das religiões de matrizes africanas e ameríndias, candomblecistas, umbandistas e juremeiros", afirma a nota.
A seccional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) na Paraíba prepara uma nota de repúdio, que até a tarde de ontem havia sido subscrita por outras sete entidades --entre elas, a Convenção Nacional de Pastores e Teólogos, que representa evangélicos.
Para amanhã, militantes e simpatizantes marcaram um ato em frente à estátua, às 9h, por respeito às religiões e mais segurança no local.
"Foi uma coisa brutal, sem precedentes, que choca", diz Fernando Milanez Neto, chefe da Coordenadoria do Patrimônio Cultural da prefeitura, sobre a "decapitação".
"Mas não quero acreditar que tenha sido por intolerância religiosa, porque assim vai ser difícil conviver em sociedade. Não temos nada que prove isso ainda", afirma.
Segundo Milanez Neto, a cabeça foi recolocada ontem. A praça e o entorno serão revitalizados em breve, disse.
A delegacia na praia vizinha de Tambaú informou que o caso não foi registrado e que não abriu investigação pois ninguém prestou queixa. Em 2011, as mãos da mesma Iemanjá haviam sido arrancadas.
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