sábado, 17 de novembro de 2012


PRESIDENTE DUTRA, ISTO, AQUILO O OUTRO

A Voz do Progresso
No início dos anos  70, o saudoso ex-prefeito Chicão, ganhou de um deputado um equipamento de som, ou seja, um amplificador e uma boca de ferro, o qual foi instalado na Rua da Prefeitura, atual Avenida São Gabriel, surgindo aí a mais famosa difusora da região, denominada de A VOZ DO PROGRESSO.
O locutor titular da VOZ DO PROGRESSO era Paulo de Pedrão, o nosso glorioso Paulo Novaes que era coadjuvado pelos locutores auxiliares MIRO DE ZÉ NEDINO (Miro Velho) e PEDRO SARNINHA.
A VOZ DO PROGRESSO foi instalada e inaugurada para servir de divulgação à campanha política partidária do então candidato Diozinho (Deocleciano Pereira Machado), que foi às urnas contra o adversário Antonio Félix Machado, o “Felão Setenta”, de quem ganhou a eleição para um mandato de dois anos.
Nos finais de semana, aos domingos, dia de feira em Presidente Dutra, vinham cantores de Irecê, mas o imbatível era VANGIVALDO, O NOSSO ESCURINHO, um imitador nato de Valdic e Soriano, o astro da época, muitas pessoas vinham assistir, os estúdios da Voz do Progresso ficavam lotados.
Quem escolheu o nome VOZ DO PROGRESSO foi o advogado RAPHAEL BALDO IMBASSAY BARTILOTTI, sobre quem já escrevi e republico minhas notas logo mais abaixo, pois como era período eleitoral e o povo da minha terra se envolve muito nesse infeliz embate, muitos não tiveram tempo para lê-las, o eu considero deveras importante, já que tudo é história do nosso povo.
Ainda me lembro o refrão da música de Diozinho, dizia assim: “Nós não queremos nada nada com setenta nós queremos é Deoclécio para ser nosso prefeito”

A Voz da Evolução

A VOZ DA EVOLUÇÃO, era a difusora do lado de Antonio Félix Machado, o “Felão Setenta”, cujos equipamentos foram doados pelo Deputado Estadual, filho de Xique-xique Dilson Nogueira e tinha como locutor oficial o jovem Ademar de Zuza de Seu Miro que tinha como  auxiliares Venâncio e Zuperim.
Zuperim era um locutor apaixonado, de boa oratória e verve explosiva, quem tivesse podre não era perdoado, tudo era levado ao ar por Zuperim, gente de boa índole e da melhor espécie, um orador nato da minha terra.


No limiar da década de 70, acho que no ano de 1974, do nada, surge em Presidente Dutra uma figura que ficou conhecida e amada por todos que o conheceram, era um ser polêmico, desprendido, profundamente culto e grande tribuno, era o Dr. Advogado Bartilotti, cujo nome completo é RAPHAEL BALDO IMBASSAY BARTILOTTI, o qual, além de todas as qualidades que possuía, gostava de desfrutar doses de aguardente, Whiskey e cerveja, sempre andava meio “chumbado”, como dizem os nossos patrícios.
Bartilotti tomou partido e era um apaixonado defensor de Diozinho e quando sob o efeito de álcool, investia contra mulheres e desafetos, a quem chamada de “vacas putas”.
Advogava de graça para Zé de Belionísio, por quem nutria imensa admiração, dizem os que o conheceram, que sentia mesmo era verdadeira paixão por Zé de Belionísio.
Certa vez em Central, pediu a liberdade provisória de um réu ao Juiz Dr. Edvaldo, mas como este se negou a soltá-lo, pediu para dormir na cela junto com o mesmo.
Da mesma forma que surgiu, desapareceu misteriosamente, tendo Aderlan de Anizinho sido o seu escrivão na velha máquina olivetti. Alguns diziam que havia sido um problema conjugal que lhe levou até ali e outros colocavam em dúvida a sua masculinidade.

PESQUISA SOBRE A ORIGEM DO NOME BARTILOTTI

Pesquisando, olha o que encontrei acerca da origem do nome Bartilotti: Braz Bartilotti e seu sobrinho José Bartilotti saíram do porto de Genova em um navio para fugir da fome na Itália. O navio passou por vários lugares e por fim parou na Bahia onde Braz e José ficaram. Acontece que Braz e José brigaram e se separam. José se estabeleceu em Senhor do Bonfim - BA (todo o pessoal que está em Senhor do Bonfim é originário deste José) e Braz passou por Amargosa - BA, mas sua família voltou e ficou em Salvador – BA. Basicamente é isto: existem dois ramos um a partir de José no interior e outro a partir de Braz que começou no interior, mas está hoje em Salvador.

PESQUISA SOBRE O NOME IMBASSAY, BALDO E RAPHAEL

Imbassay vem do Tupi guarani, que significa caminho das águas, que vem a ser um distrito do município baiano de Mata de São, localizado no litoral norte do Estado na atual zona turística de costa dos Coqueiros, tendo como principal acesso a linha verde, a 10 quilômetros da Praia do Forte e é originalmente uma pequena aldeia indígena que se tornou um dos destinos turísticos mais visitados do Estado da Bahia. Baldo é um hipocorístico dos nomes Ubaldo, Teobaldo, Vibaldo, enquanto Raphael tem origem hebraica e significa curado por Deus.
Daí se percebe que o Dr. Bartilotti tinha raízes nobres e sem dúvida alguma era membro de família altamente tradicional da cidade de Senhor do Bonfim.

PEDRO COITINHO


Pedro Coitinho, não me lembro bem as ligações familiares dele, pois depois foi morar em Irecê, mas nesta rua aí do beco de Lindolfo e Raulão, ao lado da casa onde morou o nosso festejado mestre Caiano, ele tinha a sua indústria, ele desempenhava o ofício de ferreiro e presenciou ele bombeando o fole para avivar a lareira, que aqueciam barras de ferro que ao depois eram trabalhadas pro ele, dando forma ao que bem entendesse, era um exímio profissional e o melhor ferreiro que Presidente Dutra já teve, salvo engano ele era de origem pernambucana.

INÁCIO DA FARMÁCIA – JACÚS E GAFANHOTOS


Na época da disputa da prefeitura entre Diozinho e Antonio Félix, aí na praça, ao lado da casa de peças de Joaquimzão, funcionava uma farmácia e chegou para gerenciá-la um senhor chamado Inácio e o certo é que lá se transformou num verdadeiro comitê eleitoral, onde os apaixonados por Antonio Félix se reuniam às dezenas para falarem sobre os defeitos dos outros.
Os que seguiam Antonio Félix eram chamados de jacus, enquanto os do outro lado de gafanhotos e Miro Velho, neto de Antonio chuveiro, era um grande e apreciado cantor de palanques e nos comícios de Antonio Félix, após devidamente abonado com uma nota de alguns cruzeiros debulhava: “Todos os dias ele está aqui na praça, prá reunir a turma de jacú e o bate-papo é com Inácio da Farmácia”. Inácio, também como chegou sumiu.

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