A
MAIS ANTIGA SECRETARIA SOFRE DE ANOMIA DE PROJETOS E O PROJETO “NA HORA DA DOR”
A mais antiga Secretaria do Estado da Paraíba, a da Cidadania
e Administração Penitenciária, foi criada no ano de 1928, sendo a mais idosa de
todas elas. Chamava-se originalmente Secretaria do Interior, Justiça e
Instrução Pública e quem sancionou sua
lei criadora, foi nada mais, nada menos, do que o Presidente do Estado da
Parahyba do Norte, o Sr. João Pessoa e José Américo de Almeida foi seu primeiro
titular.
Como
nomes ilustrados que ocuparam a Pasta da Secretaria de Cidadania e
Administração Penitenciária do Estado, podemos citar Odon Bezerra Cavalcanti,
Argemiro de Figueiredo, José Marques da Silva Mariz, Celso Mariz, Jandui
Carneiro, Abelardo Jurema, Fernando Milanez, Flávio Sátiro, Inácio Bento de
Morais, Vital do Rego, Pedro Adelson, Rooselvet Vita e outros iluminados, o que
enche de honra a galeria dos ex-secretários desta pasta.
Contudo,
neste momento atual contemporâneo, a Secretaria de Administração Penitenciária
da pequenina Paraíba sofre de uma moléstia que causa dó, pena, mas também muita vergonha aos paraibanos, ela se encontra
acometida daquilo que os sociólogos diagnosticariam como “anomia criativa”, já
que além da repressão que destrói presídios, a Secretaria é incapaz de pensar
qualquer projeto de ressocialização, seu papel primordial.
Seus
dirigentes são incapazes de pensar uma redefinição de papéis, visualizando
mudanças que exigem um novo olhar sofre as formas de pensar, de se organizar e
de se relacionar, tanto no ambiente interno, quanto no ambiente externo, com
assunção de atitudes e metodologia de gerenciamento, que vejam a instituição
como um ente hipercomplexo, utilizando
como estratégia o já vetusto “estudo de caso”,
do contrário, com chibata, repressão, proibições, militarização, não
humanização, arrogância, estarão auxiliando a matar os projetos de um governo,
que temos certeza, é bem intencionado.
A
anomia de projetos é total, os únicos programas tidos como existentes são: PINTANDO A LIBERDADE (fabricação de
bolas), um convênio com o Ministério do Esporte, datado de 2007. O TRABALHO LIBERTA, este vem do ano de
1991 e empregava presos em regime de semiliberdade, os quais percebiam certa
quantia do governo. EDUCAÇÃO NOS
PRESÍDIOS, foi criado no ano de 1996 para levar educação às casas penais. SAÚDE NOS PRESÍDIOS, este programa é do
ano de 2003 e visava criar equipes de saúde nos presídios, uma naqueles com até
quinhentos internos e duas equipes nos que excedessem esta quantia e finalmente
o FUNDO DE RECUPERAÇÃO DOS PRESÍDIOS, que
data das priscas eras de 1965, ocasião em que foi criado o CEREPE – CENTRO DE RECUPERAÇÃO DOS PRESÍDIOS DO ESTADO.
Agora me digam, sem nenhum proselitismo: esses projetos ainda
funcionam? Foram criados em governos que viam a administração penitenciária em
outro contexto, mas que pelo menos fizeram algo e agora? No governo do choque,
é tolerável essa angustiante anomia de pensamento? Notadamente quando o nosso País nada em
dinheiro para projetos criativos, efetivos, resolutivos de problemas, vejam aí
o PRONASCI – PROGRAMA NACIONAL DE
SEGURANÇA PÚBLICA E CIDADANIA, que prevê parcerias com o governo para
lançamento de projetos nas áreas de esporte, educação, cultura e arte nos
presídios? Mas cadê, me digam, me mostrem, isto me agonia, já que tenho
convicção, que com vontade se ameniza de forma admirável os problemas do
sistema. Pergunto: quantas vezes o Chefe da Pasta e seu Gerente desceram das
alturas dos cargos e conversaram diretamente com detentos, famílias,
prefeituras, agentes e funcionários em geral, com certeza, nunca! a importância
dos cargos não permitem dialogar com invisíveis, subalternos, rebotalho,
poviléu.
Para
colaborar, o Conselho Estadual dos Direitos Humanos do Estado da Paraíba deseja
e quer contribuir, sugerindo projetos de ressocialização e outros que atendam às
vítimas da violência urbana em nosso Estado, a exemplo do “PROJETO NA HORA DA DOR” que será apresentado ao Secretário de
Cidadania e Administração Penitenciária, consistente no Estado encaminhar, nas
primeiras vinte e quatro horas após a ocorrência de um crime bárbaro à casa da
família enlutada, uma equipe composta de um advogado, uma assistente social e
um psicólogo, cabendo ao primeiro orientar, encaminhar pedidos de seguros e outras providências
jurídicas, enquanto a segunda profissional envidará medidas para atender as
necessidades para um sepultamento digno, inclusão dos membros da família num projeto social adequado e o psicólogo iniciará
o atendimento aconselhável em local destinado para tal, amenizando os traumas
psicológicos daqueles que foram marcados de forma perpétua e indelével pelo
crime que desgraçadamente, recaiu sobre o pai, irmão ou irmã, causando a tocante perda nunca reparável.
Um
projeto simples, que ao invés da hipócrita e equivocada conduta de destilar
verrinas contra os que pregam os Direitos Humanos, mostrará que o Estado
realmente, verdadeiramente, se encontra ao lado das vítimas da violência das
cidades, aliás, comprovará que está do lado dos ofendidos de toda ordem, saindo
do campo do proselitismo barato, da incapacidade de criar, das trevas da perversidade
para com o outro, DA ANOMIA DE IDÉIAS, DE PROGRAMAS, DE PROJETOS, submergindo
dessa letargia que destrói governos, presídios e cria um ideário de aversão ao
próximo, como vem ocorrendo com a militarização implantada, a qual denominamos
de “doutrina que destrói presídios”
e coloca a Secretaria de Administração Penitenciária Paraibana, como um patinho
feio no universo do Sistema Penitenciário Nacional. É isto que esperamos
sinceramente.
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