PRESIDENTE DUTRA,
ISTO, AQUILO O OUTRO
A Voz do Progresso
No início dos anos 70,
o saudoso ex-prefeito Chicão, ganhou de um deputado um equipamento de som, ou
seja, um amplificador e uma boca de ferro, o qual foi instalado na Rua da
Prefeitura, atual Avenida São Gabriel, surgindo aí a mais famosa difusora da
região, denominada de A VOZ DO
PROGRESSO.
O locutor titular da VOZ DO PROGRESSO era Paulo de Pedrão, o nosso glorioso Paulo Novaes
que era coadjuvado pelos locutores auxiliares MIRO DE ZÉ NEDINO (Miro Velho) e PEDRO SARNINHA.
A VOZ DO
PROGRESSO foi instalada e inaugurada para servir de divulgação à campanha
política partidária do então candidato Diozinho (Deocleciano Pereira Machado),
que foi às urnas contra o adversário Antonio Félix Machado, o “Felão Setenta”,
de quem ganhou a eleição para um mandato de dois anos.
Nos finais de semana, aos domingos, dia de feira
em Presidente Dutra, vinham cantores de Irecê, mas o imbatível era VANGIVALDO, O NOSSO ESCURINHO, um
imitador nato de Valdic e Soriano, o astro da época, muitas pessoas vinham
assistir, os estúdios da Voz do Progresso ficavam lotados.
Quem escolheu o nome VOZ DO PROGRESSO foi o advogado RAPHAEL BALDO IMBASSAY BARTILOTTI, sobre quem já escrevi e
republico minhas notas logo mais abaixo, pois como era período eleitoral e o
povo da minha terra se envolve muito nesse infeliz embate, muitos não tiveram
tempo para lê-las, o eu considero deveras importante, já que tudo é história do
nosso povo.
Ainda me lembro o refrão da música de Diozinho,
dizia assim: “Nós não queremos nada nada
com setenta nós queremos é Deoclécio para ser nosso prefeito”
A Voz da
Evolução
A VOZ DA
EVOLUÇÃO, era a difusora do lado de Antonio Félix Machado, o “Felão Setenta”,
cujos equipamentos foram doados pelo Deputado Estadual, filho de Xique-xique
Dilson Nogueira e tinha como locutor oficial o jovem Ademar de Zuza de Seu Miro
que tinha como auxiliares Venâncio e
Zuperim.
Zuperim era um locutor apaixonado, de boa oratória
e verve explosiva, quem tivesse podre não era perdoado, tudo era levado ao ar
por Zuperim, gente de boa índole e da melhor espécie, um orador nato da minha
terra.
No limiar da década de 70, acho que
no ano de 1974, do nada, surge em Presidente Dutra uma figura que ficou
conhecida e amada por todos que o conheceram, era um ser polêmico, desprendido,
profundamente culto e grande tribuno, era o Dr. Advogado Bartilotti, cujo nome
completo é RAPHAEL BALDO IMBASSAY BARTILOTTI, o qual, além de todas
as qualidades que possuía, gostava de desfrutar doses de aguardente, Whiskey e
cerveja, sempre andava meio “chumbado”, como dizem os nossos patrícios.
Bartilotti tomou partido e era um
apaixonado defensor de Diozinho e quando sob o efeito de álcool, investia
contra mulheres e desafetos, a quem chamada de “vacas putas”.
Advogava de graça para Zé de
Belionísio, por quem nutria imensa admiração, dizem os que o conheceram, que
sentia mesmo era verdadeira paixão por Zé de Belionísio.
Certa vez em Central, pediu a
liberdade provisória de um réu ao Juiz Dr. Edvaldo, mas como este se negou a
soltá-lo, pediu para dormir na cela junto com o mesmo.
Da mesma forma que surgiu,
desapareceu misteriosamente, tendo Aderlan de Anizinho sido o seu escrivão na
velha máquina olivetti. Alguns diziam que havia sido um problema conjugal que
lhe levou até ali e outros colocavam em dúvida a sua masculinidade.
PESQUISA SOBRE A ORIGEM DO NOME
BARTILOTTI
Pesquisando, olha o
que encontrei acerca da origem do nome Bartilotti: Braz Bartilotti e seu
sobrinho José Bartilotti saíram do porto de Genova em um navio para fugir da
fome na Itália. O navio passou por vários lugares e por fim parou na Bahia onde
Braz e José ficaram. Acontece que Braz e José brigaram e se separam. José se
estabeleceu em Senhor do Bonfim - BA (todo o pessoal que está em Senhor do
Bonfim é originário deste José) e Braz passou por Amargosa - BA, mas sua
família voltou e ficou em Salvador – BA. Basicamente é isto: existem dois ramos
um a partir de José no interior e outro a partir de Braz que começou no
interior, mas está hoje em Salvador.
PESQUISA SOBRE O
NOME IMBASSAY, BALDO E RAPHAEL
Imbassay vem do Tupi guarani, que significa caminho
das águas, que vem a ser um distrito do município baiano de Mata de São,
localizado no litoral norte do Estado na atual zona turística de costa dos
Coqueiros, tendo como principal acesso a linha verde, a 10 quilômetros da Praia
do Forte e é originalmente uma pequena aldeia indígena que se tornou um dos
destinos turísticos mais visitados do Estado da Bahia. Baldo é um hipocorístico
dos nomes Ubaldo, Teobaldo, Vibaldo, enquanto Raphael tem origem hebraica e
significa curado por Deus.
Daí se percebe que o Dr. Bartilotti tinha raízes
nobres e sem dúvida alguma era membro de família altamente tradicional da
cidade de Senhor do Bonfim.
PEDRO COITINHO
Pedro Coitinho, não me lembro bem as ligações
familiares dele, pois depois foi morar em Irecê, mas nesta rua aí do beco de
Lindolfo e Raulão, ao lado da casa onde morou o nosso festejado mestre Caiano,
ele tinha a sua indústria, ele desempenhava o ofício de ferreiro e presenciou
ele bombeando o fole para avivar a lareira, que aqueciam barras de ferro que ao
depois eram trabalhadas pro ele, dando forma ao que bem entendesse, era um
exímio profissional e o melhor ferreiro que Presidente Dutra já teve, salvo
engano ele era de origem pernambucana.
INÁCIO DA FARMÁCIA – JACÚS E GAFANHOTOS
Na época da disputa da prefeitura entre Diozinho e
Antonio Félix, aí na praça, ao lado da casa de peças de Joaquimzão, funcionava
uma farmácia e chegou para gerenciá-la um senhor chamado Inácio e o certo é que
lá se transformou num verdadeiro comitê eleitoral, onde os apaixonados por
Antonio Félix se reuniam às dezenas para falarem sobre os defeitos dos outros.
Os que seguiam Antonio Félix eram chamados de jacus,
enquanto os do outro lado de gafanhotos e Miro Velho, neto de Antonio chuveiro,
era um grande e apreciado cantor de palanques e nos comícios de Antonio Félix,
após devidamente abonado com uma nota de alguns cruzeiros debulhava: “Todos
os dias ele está aqui na praça, prá reunir a turma de jacú e o bate-papo é com
Inácio da Farmácia”. Inácio, também como chegou sumiu.