sábado, 10 de março de 2012

OS CONTADORES DE MORTES E A VANGUARDISTA OAB

Minhas Senhoras e meu senhores, não vivemos num estado absoluto, mas num estado democrático de direito, onde os grupos de pressão, a sociedade civil organizada e a parcela mais esclarecida da sociedade possui o mais cristalino e legítimo direito de opinião, de reivindicação e principalmente de cobrança, o direito de pressionar quem elegemos.
Neste momento que escrevo estas anêmicas linhas, estou cheio de otimismo, de esperança, de forças, pois fui honrosamente convidado pela ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL, SECÇÃO DA PARAÍBA, para na qualidade de Membro do Ministério Público compor respeitável comissão de debate sobre a violência ocorrente e alarmante na nossa valorosa Paraíba.
É o seguinte, ninguém mais aguenta o ritmo frenético, lúgubre e tenebroso com que giram os CONTADORES DE MORTES e a OAB PARAIBANA resolveu ir à luta, em boa hora tomou a iniciativa de empenhar o peso do seu nome em favor dos hipossuficientes, das vítimas de todos os delitos, e na primeira reunião, dia 08 de março (Dia da Mulher) já traçamos algumas linhas a serem seguidas, dentre elas:
Cobrança de um plano ou projeto de segurança para o Estado (ainda inexistente, aqui até o momento atual contemporâneo se faz segurança por instinto, por palpite ou pelo gosto do despreparado de plantão); aprovação da lei criando a corregedoria da polícia, pois a não punição de policiais corruptos e bandidos de todos os naipes aumenta a violência; discussão sobre a segurança privada clandestina, fonte primária da origem das milícias, em outros locais, já que seus chefes, comprovadamente, na maioria dos casos, são policiais da ativa; instalação de câmeras de forma maciça; policiamento ostensivo nas áreas de maior ocorrência de mortes violentas; bloqueadores de aparelhos celulares nos presídios estaduais, realização de um ou mais seminários para discussão da violência e segurança pública, envolvimento de outras esferas de poder; reunião de dados, ainda que não tratados para uma compreensão completa sobre o fenômeno que humilha, aterroriza e diminui a auto-estima de todos os paraibanos.
Mas estou profunda e intensamente feliz, vai ser instalado UM CONTADOR DE MORTES em frente à nossa histórica OAB, a qual, forjada em tantas e tantas lutas pela democracia e em defesa do povo, agasalhou a idéia de pronto e agora Senhores da Segurança, discurso sem lastro não vale mais, estamos já bem prontinhos para desautorizar as frágeis e não tratadas estatísticas oficiais.
Ora, idéias tão simples que demos, desde os primórdios desse governo, como o recolhimento do dinheiro dos caixas eletrônicos das agências bancárias do interior, e que por arrogância não foi acolhida, só agora, nos parece que tal proposta lhes tornou sensata, somente neste momento, os “gênios” da segurança pública estadual compreendem que o combate eficaz da violência, passa por um planejamento e dentro deste, idéias simples como o Ovo de Colombo não podem ser enjeitadas, rejeitadas, desprezadas, sob pena do arrogante sem”tutano” sair arranhado, humilhado da refrega.
Ora, mas as câmeras foram idéias nossas, o policiamento ostensivo de forma bem forte e atuante, foi mais uma idéia também de nossa autoria testada no carnaval com sucesso, coisas Governador, político em quem votei e ainda acredito, poderiam para o bem do seu governo e da gloriosa Paraíba, ter sido adotadas desde o estabelecimento do seu modo de governar e mais, nem acredite em tudo que seus chefes da segurança lhes disserem, uma vez que ou copiam vetustas e fracassadas propostas de Pernambuco ou lhes informam que dinheiros, equipamentos e orientações repassadas pelo Ministério da Justiça são frutos dos seus intelectos até agora limitados, são projetos seus, quando tudo não passa da mais criminosa e covarde das falácias, já que sem planos, sem propostas, sem projetos, quando chamados pelo Senhor, abrem a matraca numa fala prenhe de coisas vazias, que tenho certeza, Vossa Excelência já deve se encontrar no limite, como o diz o povo “já tá por aqui”.
Então Paraíba amada, a sociedade civil organizada passa a se levantar num protesto que vai encontrar eco em todos os recônditos e apenas estatísticas do relógio de pulso de alguém que sequer conhece o sublime torrão, tende a desmoronar e quem avisa amigo é: sem planos, sem projetos, sem rumo, se preparem, A MÁSCARA VAI CAIR, OS CONTADORES DE MORTES VÃO DIZER. 
Marinho Mendes

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