Muito se falou sobre o limite de
velocidade imposto pela Prefeitura Municipal de João Pessoa nas ruas do centro da capital e cidade das
acácias, e como se falou, se falou mal e muito mal, e eu fiquei só observando,
pois os ácidos críticos que chegaram a efetivar petição contra a medida, me
parecem que não vivem neste “paraíso” de motoristas sem consciência, mal
educados, que não respeitam pedestres, ciclistas, idosos, crianças, calçadas,
enfim nada. Eu fico impressionado com a falta de sensibilidade de alguns condutores
de automóveis, eles não possuem nenhuma susceptibilidade de que a qualquer momento
podem matar, ferir seres humanos, deixar órfãos e famílias enlutadas. É claro
que a regra não é geral, existem honrosas exceções.
Às vezes chego a refletir o quão
seria bom se em todas as alamedas e vielas da nossa querida comuna existissem,
caprichosamente construídos, gigantescos quebra-molas, para que os de fora vissem
a nossa falta de educação no trânsito e para que eles servissem como bofetadas
nos rostos dos ignorantes do risco que é
dirigir em alta velocidade, numa cidade sem ciclovias, com poucas faixas de
pedestres, sem acostamento e com suas calçadas invadidas pelas potentes hi-lux,
land-rovers, vigorosos jipões e nossos
indefectíveis ônibus encarregados do transporte coletivo, já que sem uma
política de trânsito fluente e com zonas evasivas para quem não quiser se
arriscar pelos logradouros centrais, esse seria um remédio amargo, mas
atualmente necessário.
Sem nenhum preconceito, mas me parece
que camionetes, caminhonetes, os robustos jipes e land-rovers, num verdadeiro paradoxo, pois a
presunção é de que por serem seus proprietários mais endinheirados deveriam ser
mais obedientes às regras de regência do assunto, mas são os mais afoitos,
arrogantes e na maioria das vezes agudamente prepotentes, como se tivessem sido
formados numa cultura de morte, onde o outro nada vale e deve ser humilhado e se
descuidar, sacrificado impiedosamente. Parece-me, que a maioria dos homicídios
de trânsito de repercussão no nosso Estado, tiveram como instrumentos da
tragédia esses estilosos carrões.
Quem não se recorda dos vetustos
ensinamentos: “olhe para os dois lados quando for cruzar a rua”, “ande sempre
pelas calçadas” e hoje mais do que nunca, uma vez que até sobre os passeios os
motoristas vão colher pedestres que perdem suas vidas de forma abrupta e com
extremada violência, de forma que ficar contra os 50 km da Prefeitura Municipal,
neste momento, seria desconhecer que motoristas desta Urbe desobedecem a todo
instante as regras contidas na Lei 9.503/97 (Código Nacional de Trânsito).
A sociedade é algo que é vista em
seus relacionamentos, no trânsito mais ainda, ou seja, quanto mais paz no fluxo
de veículos conduzidos por seres humanos, mais demonstração de que esta
sociedade realmente se interage de forma espetacular e que cada ser tem a consciência
da dimensão dos seus deveres e direitos. Ora, se todos devem ter em mente que
devem obedecer aos sinais e simbologia de trânsito, é uma sociedade que vai se
entender em tudo e tudo vai fluir de maneira respeitosa e com civilidade, mas
se assim não for, temos que apoiar a política da PMJP, VELOCIDADE MÁXIMA 50
QUILÔMETROS, desde que ausentes quaisquer tipos de falcatruas, benefícios
indevidos e lucro fácil para ladrões descarados, aos quais chamam de
empresários.
Mas Ilustrado Prefeito Luciano
Cartaxo, além dos 50KM POR HORA, pense nas ciclovias, nas faixas de pedestres, no
metrô, no transporte coletivo de qualidade, na acessibilidade de uma forma
geral, para que eu e outros possamos utilizar nossas bicicletas e nossas pernas
sem perigo de sermos mutilados, sequelados ou mesmo destruídos por sinesíferos
enfurecidos, tirânicos, frios e indiferentes à dignidade do outro. Mas,
enquanto essas dádivas, que seriam fornecidas pelo abundante dinheiro público,
que de forma despudorada e insana é atirada ao lixo com pagamento a bandas e a
cantores de fora e de musicalidade desconhecidas e do mais terrível mal gosto não
vem, APÓIO OS 50KM POR HORA.
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