sexta-feira, 2 de maio de 2014



PRESIDENTE DUTRA, ISTO, AQUILO O OUTRO









AS PRIVADAS DA CODEVASF

No ano de 1975, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba - CODEVASF, desenvolveu na região de Presidente um projeto visando dotar de privadas todas as moradias, Foram designados para implementar dito projeto dois funcionários daquela autarquia, um negro baixo e gordo e um galego sarará mais alto, essas pessoas merecem todos os aplausos, foram elas que nos ensinaram muitos conceitos sobre saúde pública, deram palestras em todas as ruas da cidade, sempre com grande comparecimento de todos, eu fui a algumas e gostava da forma como eles palestravam e dirigiam perguntas aos circunstantes.

O JÚRI DE SIZINO DA QUIXABEIRA

Eu ainda era um adolescente, mas me recordo da movimentação acerca do crime de Sizino na Quixabeira, município de Uibaí, pois tudo era comentado em segredo, os meninos não podiam saber do que se passava e naquele tempo não existia, rádio, jornal, televisão internet, mas o certo é que Sizino, um homem casado caiu-se de paixão por uma moça da comunidade, a qual namorava com um rapaz solteiro, salvo engano Juraci de Rosendo Sizino não aceitou o namoro, sentiu-se ferido na sua formação machista e de forma bárbara destruiu a vida do jovem de tradicional família da Quixabeira, manchando aquelas terras virgens de sangue.
Sizino foi julgado e condenado na Comarca de Central, o Juiz era Dr. Marinaldo, o Promotor de Justiça era Tourinho Neto, depois Desembargador Federal e presidente do Tribunal Regional Federal em Brasília, assistido por João Maximiniano e Fernando Daltro, enquanto na defesa funcionou de forma brilhante e apaixonada, o recém formado Osvaldo de Alencar Rocha, o qual tornou-se mais tarde afamado e um orgulho para a região.
Osvaldo de Alencar Rocha ou Osvaldo de Faburino foi candidato a prefeito no ano de 1976 e perdeu para Domingão de Vitório e ainda me recordo das suas fotos afixadas nas portas da Vila de Quixabeira e tinha uma frase de Abrahan Lincoln que dizia assim: “pode-se enganar a todos por algum tempo, pode-se enganar alguns por todo o tempo, mas não se pode enganar a todos todo o tempo”. Para infelicidade da Vila de Canabrava do Gonçalo Osvaldo perdeu e foi advogar em Goiânia, aonde fez fama.

O LIVRO CANABRAVA DO GONÇALO E ALGUNS HOMENAGEADOS CONHECIDOS

Osvaldo Alencar Rocha e Edimário Oliveira Machado, homenageiam em sua obra CANABRAVA DO GONÇALO pessoas da nossa terra e de Uibaí, as quais faço questão de citá-las, já que eu próprio conheci a maioria desses cidadãos neste escrito, como sendo: Paulo Nunes da Costa, o Paulo do Bar, Ezequias Ferreira de Carvalho, Antonio Félix, Antonio Ferreira dos Santos, Pedro de Elói, Sinfrone Francisco Rocha, Gentil de Carneiro Rocha, o velho Cõnego, José Novaes, Zé Nedino, Regner Carneiro, Pedro Mendes Batista (creio que seja meu irmão), Faborino Pereira da Rocha (pai de Osvaldo),Buringa, Dermival Agnelo Machado, Cassimira Maria Machado, a professora, Florentina Rita Machado, Dona Fulô, Miguel Joaquim Novaes, cidadãos comuns que de forma simpática e bondosa, contaram a história de Canabrava do Gonçalo nos balcões lisos das bodegas e nas calçadas da querida Uibaí.

OS PARAIBANOS EM PRESIDENTE DUTRA

Não sei como, já indaguei a Domingos, Cira, Compadre Leandro mas eles não possuem explicação como o seu pai Manoel dos Santos e os irmãos, Pedro Elias, Zé Elias e Chico Elias chegaram às plagas presidentinas, mas eles foram chegando e ficaram. Eles foram ficando e trazendo mais gente.
Eram aguerridos trabalhadores, inteligentes. Com eles chegaram caminhões, jipes, tivemos o primeiro sobrado da cidade e as primeiras cadeiras de balanço, sabiam prezar pelo conforto.
Todos eles eram vocacioandos para a atividade de açougue, me lembro debaixo do pé de umbu ao lado da Casa de Sabina Preta, mãe de Zulmiro Preto os grandes abates e os nativos olhando e espiando a fartura.
Eles levaram para Presidente Dutra pratos desconhecidos, a exemplo da panelada, que era composta de tripa, bucho, mocotó e todos os miúdos do boi, tive oportunidade de saborear algumas paneladas, meu pai era sempre convidado para comer junto com eles e me levava.
Manoel dos Santos construiu muitas casas para acomodar os paraibanos que chegavam e além dos seus irmãos, vale registrar os grandes paraibanos, heróis do trabalho duro Sebastião Patriota, pai de Noé, de Zezinho e esposo de Dona Zulmira, seu irmão Zacarias pai de Socorro, Zefinha, Paulo e João, João Banana, Joaquim Banana e tantos outros que na sua voraz coragem de cultivar a terra, ajudaram a crescer a nossa cidade.

UM TERRÍVEL COSTUME DEMONSTRADOR DE ABJETO ATRASO

A minha cidade Presidente Dutra é uma terra de pessoas boas, humanas, acolhedoras, porém profundamente capitalista. Nos meus tempos, valia quem tinha, o povo comentava dos carros comprados por alguns habitantes, falavam das fazendas adquiridas pelos novos ricos, geralmente prefeitos desonestos, as moçoilas em sua maioria só se enamoravam de rapazes cujos pais eram proprietários de automóveis e se comparava as riquezas de uns e de outros, nunca gostei desse papo, nasci com desapego às coisas materiais, até hoje ando numa motocicleta surrada, tenho uma bicicleta monark 1985 e meus sofridos olhos não se iluminam de cobiça por essas geringonças que a traça rói e mais, alguns desse pseudos endinheirados, na sua santa ignorância, mal falavam com as pessoas humildes.
Pois bem, meu amigo Domingos Maia esteve aí na adorável Dutra e me disse com ar desanimado que foi convidado para uma festa na residência do seu grande amigo Pedro de Antonio Pequeno, gente de primeira qualidade, mas lá compareceu um descendente desses atrasados senhores e pensando que humilharia Domingos, destilou grandezas, dizendo que seu pai era o rei do milho, do feijão, o mais rico e outras baboseiras e para terminar, vomitou que Compadre Leandro havia em tempos idos riscado um carro da sua família e que se tivesse apanhado o mesmo no momento teria lhe eliminado, numa demonstração da mais censurável e decadente incultura. Espero que a existência desse bicho arrogante, prepotente e ridículo, seja minoria na minha terra querida, os quais de tão pobre, só possuem mesmo o dinheiro ganhado em cima do lucro fácil e do suor de pessoas humildes mas de bem.

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