PRESIDENTE DUTRA,
ISTO, AQUILO O OUTRO
AS PRIVADAS DA
CODEVASF
No ano de 1975, a Companhia de
Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba - CODEVASF,
desenvolveu na região de Presidente um projeto visando dotar de privadas todas
as moradias, Foram designados para implementar dito projeto dois funcionários
daquela autarquia, um negro baixo e gordo e um galego sarará mais alto, essas
pessoas merecem todos os aplausos, foram elas que nos ensinaram muitos
conceitos sobre saúde pública, deram palestras em todas as ruas da cidade,
sempre com grande comparecimento de todos, eu fui a algumas e gostava da forma
como eles palestravam e dirigiam perguntas aos circunstantes.
O JÚRI DE SIZINO DA QUIXABEIRA
Eu ainda era um adolescente, mas
me recordo da movimentação acerca do crime de Sizino na Quixabeira, município
de Uibaí, pois tudo era comentado em segredo, os meninos não podiam saber do
que se passava e naquele tempo não existia, rádio, jornal, televisão internet,
mas o certo é que Sizino, um homem casado caiu-se de paixão por uma moça da
comunidade, a qual namorava com um rapaz solteiro, salvo engano Juraci de
Rosendo Sizino não aceitou o namoro, sentiu-se ferido na sua formação machista
e de forma bárbara destruiu a vida do jovem de tradicional família da
Quixabeira, manchando aquelas terras virgens de sangue.
Sizino foi julgado e condenado na
Comarca de Central, o Juiz era Dr. Marinaldo, o Promotor de Justiça era
Tourinho Neto, depois Desembargador Federal e presidente do Tribunal Regional
Federal em Brasília, assistido por João Maximiniano e Fernando Daltro, enquanto
na defesa funcionou de forma brilhante e apaixonada, o recém formado Osvaldo de
Alencar Rocha, o qual tornou-se mais tarde afamado e um orgulho para a região.
Osvaldo de Alencar Rocha ou
Osvaldo de Faburino foi candidato a prefeito no ano de 1976 e perdeu para
Domingão de Vitório e ainda me recordo das suas fotos afixadas nas portas da
Vila de Quixabeira e tinha uma frase de Abrahan Lincoln que dizia assim: “pode-se enganar a todos por algum tempo, pode-se
enganar alguns por todo o tempo, mas não se pode enganar a todos todo o tempo”.
Para infelicidade da Vila de Canabrava do Gonçalo Osvaldo perdeu e foi
advogar em Goiânia, aonde fez fama.
O LIVRO CANABRAVA DO GONÇALO E ALGUNS HOMENAGEADOS CONHECIDOS
Osvaldo Alencar Rocha e Edimário Oliveira Machado, homenageiam em
sua obra CANABRAVA DO GONÇALO pessoas
da nossa terra e de Uibaí, as quais faço questão de citá-las, já que eu próprio
conheci a maioria desses cidadãos neste escrito, como sendo: Paulo Nunes da
Costa, o Paulo do Bar, Ezequias Ferreira de Carvalho, Antonio Félix, Antonio
Ferreira dos Santos, Pedro de Elói, Sinfrone Francisco Rocha, Gentil de
Carneiro Rocha, o velho Cõnego, José Novaes, Zé Nedino, Regner Carneiro, Pedro
Mendes Batista (creio que seja meu irmão), Faborino Pereira da Rocha (pai de
Osvaldo),Buringa, Dermival Agnelo Machado, Cassimira Maria Machado, a
professora, Florentina Rita Machado, Dona Fulô, Miguel Joaquim Novaes, cidadãos
comuns que de forma simpática e bondosa, contaram a história de Canabrava do
Gonçalo nos balcões lisos das bodegas e nas calçadas da querida Uibaí.
OS PARAIBANOS EM PRESIDENTE DUTRA
Não sei como, já indaguei a
Domingos, Cira, Compadre Leandro mas eles não possuem explicação como o seu pai
Manoel dos Santos e os irmãos, Pedro Elias, Zé Elias e Chico Elias chegaram às
plagas presidentinas, mas eles foram chegando e ficaram. Eles foram ficando e
trazendo mais gente.
Eram aguerridos trabalhadores,
inteligentes. Com eles chegaram caminhões, jipes, tivemos o primeiro sobrado da
cidade e as primeiras cadeiras de balanço, sabiam prezar pelo conforto.
Todos eles eram vocacioandos para
a atividade de açougue, me lembro debaixo do pé de umbu ao lado da Casa de
Sabina Preta, mãe de Zulmiro Preto os grandes abates e os nativos olhando e espiando
a fartura.
Eles levaram para Presidente
Dutra pratos desconhecidos, a exemplo da panelada, que era composta de tripa,
bucho, mocotó e todos os miúdos do boi, tive oportunidade de saborear algumas paneladas,
meu pai era sempre convidado para comer junto com eles e me levava.
Manoel dos Santos construiu
muitas casas para acomodar os paraibanos que chegavam e além dos seus irmãos,
vale registrar os grandes paraibanos, heróis do trabalho duro Sebastião
Patriota, pai de Noé, de Zezinho e esposo de Dona Zulmira, seu irmão Zacarias
pai de Socorro, Zefinha, Paulo e João, João Banana, Joaquim Banana e tantos
outros que na sua voraz coragem de cultivar a terra, ajudaram a crescer a nossa
cidade.
UM TERRÍVEL COSTUME DEMONSTRADOR DE ABJETO ATRASO
A minha cidade Presidente Dutra é
uma terra de pessoas boas, humanas, acolhedoras, porém profundamente
capitalista. Nos meus tempos, valia quem tinha, o povo comentava dos carros
comprados por alguns habitantes, falavam das fazendas adquiridas pelos novos
ricos, geralmente prefeitos desonestos, as moçoilas em sua maioria só se
enamoravam de rapazes cujos pais eram proprietários de automóveis e se
comparava as riquezas de uns e de outros, nunca gostei desse papo, nasci com
desapego às coisas materiais, até hoje ando numa motocicleta surrada, tenho uma
bicicleta monark 1985 e meus sofridos olhos não se iluminam de cobiça por essas
geringonças que a traça rói e mais, alguns desse pseudos endinheirados, na sua
santa ignorância, mal falavam com as pessoas humildes.
Pois bem, meu amigo Domingos Maia
esteve aí na adorável Dutra e me disse com ar desanimado que foi convidado para
uma festa na residência do seu grande amigo Pedro de Antonio Pequeno, gente de primeira
qualidade, mas lá compareceu um descendente desses atrasados senhores e
pensando que humilharia Domingos, destilou grandezas, dizendo que seu pai era o
rei do milho, do feijão, o mais rico e outras baboseiras e para terminar,
vomitou que Compadre Leandro havia em tempos idos riscado um carro da sua
família e que se tivesse apanhado o mesmo no momento teria lhe eliminado, numa
demonstração da mais censurável e decadente incultura. Espero que a existência
desse bicho arrogante, prepotente e ridículo, seja minoria na minha terra
querida, os quais de tão pobre, só possuem mesmo o dinheiro ganhado em cima do
lucro fácil e do suor de pessoas humildes mas de bem.
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