domingo, 9 de março de 2014



A PARAÍBA É UMA CAPITANIA HEREDITÁRIA SIM! O QUE FAZER?

As Capitanias Hereditárias foi um sistema de administração territorial criado pelo Rei de Portugal D. João III em 1534. Esse sistema consistia em dividir o território brasileiro em grandes faixas e entregar a administração para particulares, principalmente a nobres que mantinham relações com a Coroa Portuguesa, iniciando assim, na raiz do Brasil, uma história abjeta de dominação de famílias políticas em cargos públicos, as quais tiveram seus sobrenomes perpetuados na política brasileira, à custa do escravismo, dominação, exploração e de sórdido banditismo, já que em determinado momento histórico, compraram patentes militares, formaram milícias, se armaram e mantiveram o povo sob o seu jugo condenável.
Como o próprio nome indica, as Capitanias hereditárias passavam de pai para filhos e estes construíram o mais absurdo atraso social, em suas hediondas e nauseabundas incompetências, lançaram todas as gerações a uma pobreza suja e torpe, já que fruto das suas soberbas incapacidades de gerar condições de acessibilidade social, educacional e de um poder aquisitivo mínimo, capaz de retirar da indignidade aqueles que sempre foram tratados como súditos, dependentes, submetidos e vassalos.
Mas me parece que o fenômeno vil, infame e miserável, permanece quase intocável, se olharmos para as entranhas do Sublime Torrão, mesmo munidos de potentíssimas lupas, não iremos vislumbrar uma indústria geradora de riquezas, uma agricultura produtora de grãos, um rebanho para abate, uma educação pujante e nenhuma política pública ou social para mudar esse cenário de miséria, que nos humilha no cenário nacional.
Mas nada mudou, e hoje entendo que a situação é pior do que antes, o Estado encontra-se fatiado, repartido, loteado e entregue a umas poucas famílias que dele se apropriaram e a exemplo dos donatários de outrora, só solapam a cidadania paraibana, como já verberado, por inconseqüente incompetência para gerar qualidade de vida e colocar o Estado nos trilhos do desenvolvimento.
Sem citar os nomes das famílias que se apoderaram e privatizaram o Estado, todos nós a conhecemos, uma vez que sem dúvida alguma a Paraíba é propriedade delas, trazemos à baila o caso de famílias que separam para elas os cargos de deputado estadual, federal, senador, grandes prefeituras e governo do Estado, numa afoiteza sarcástica e sacana com a ética, com a moral, como a dizer de maneira imodesta e jactanciosa: Este Estado ainda é um feudo e vocês tem que reconhecer isto e servir de forma cínica e desavergonhada a nossos caprichos, inclusive, ao estalar dos nossos dedos, irem às urnas decantar nossos “nobres” sobrenomes.
Eles ainda nomeiam parentes para cargos importantes, ministros, secretários, superintendentes, diretores e o fazem de forma tratante e velhaca, pois, parece que só os que comem em suas cozinhas e carregam seus sangues nas veias, é que reúnem competência para o exercício desses cargos.
Então senhoras e senhores, eles permanecerão comprando e manipulando mandatos e dando o mais implacável, inclemente e maquiavélico exemplo de que a Paraíba lhes pertencem e na falta de capacidade para pensar algo, estufam suas fanfarronices gabolescas e presunçosamente vão levando esta terra ao buraco e a mais deplorável privação, subdesenvolvimento e a uma inqualificável escassez de bens industriais e insumos agrícolas de toda natureza.
Só tem um jeito de desalojar esses sobrenomes desqualificados empedernidos no poder e senhores da Paraíba: exigir-se uma reforma política com financiamento público de campanha e o voto distrital, uma vez que as lideranças pobres e regionais poderiam concorrer em pé de igualdade com esses cínicos e incapazes mandatários, expulsando-os das suas trincheiras e retomando o território paraibano para todos, mas enquanto essa reforma não acontece, que não elejamos aqueles que acreditando no atraso e servilismo, não tiveram o mais elementar recato e pudor, e montados no poder econômico e na aviltada máquina pública, alojaram em cargos do executivo e do legislativo mães, pais, irmãos e asseclas, mesmo sabendo desassistidos de qualquer critério meritório, uma vez que o único atributo exigido é ser família e que se lasque o resto, incluindo aí a Paraíba e o seu querido povo.

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