A PARAÍBA É UMA CAPITANIA HEREDITÁRIA SIM! O QUE FAZER?
As Capitanias Hereditárias foi um
sistema de administração territorial criado pelo Rei de Portugal D. João III em
1534. Esse sistema consistia em dividir o território brasileiro em grandes faixas
e entregar a administração para particulares, principalmente a nobres que
mantinham relações com a Coroa Portuguesa, iniciando assim, na raiz do Brasil,
uma história abjeta de dominação de famílias políticas em cargos públicos, as
quais tiveram seus sobrenomes perpetuados na política brasileira, à custa do
escravismo, dominação, exploração e de sórdido banditismo, já que em
determinado momento histórico, compraram patentes militares, formaram milícias,
se armaram e mantiveram o povo sob o seu jugo condenável.
Como o próprio nome indica, as
Capitanias hereditárias passavam de pai para filhos e estes construíram o mais
absurdo atraso social, em suas hediondas e nauseabundas incompetências,
lançaram todas as gerações a uma pobreza suja e torpe, já que fruto das suas
soberbas incapacidades de gerar condições de acessibilidade social, educacional
e de um poder aquisitivo mínimo, capaz de retirar da indignidade aqueles que
sempre foram tratados como súditos, dependentes, submetidos e vassalos.
Mas me parece que o fenômeno vil, infame e
miserável, permanece quase intocável, se olharmos para as entranhas do Sublime
Torrão, mesmo munidos de potentíssimas lupas, não iremos vislumbrar uma
indústria geradora de riquezas, uma agricultura produtora de grãos, um rebanho
para abate, uma educação pujante e nenhuma política pública ou social para
mudar esse cenário de miséria, que nos humilha no cenário nacional.
Mas nada mudou, e hoje entendo que a situação é pior
do que antes, o Estado encontra-se fatiado, repartido, loteado e entregue a
umas poucas famílias que dele se apropriaram e a exemplo dos donatários de outrora,
só solapam a cidadania paraibana, como já verberado, por inconseqüente incompetência
para gerar qualidade de vida e colocar o Estado nos trilhos do desenvolvimento.
Sem citar os nomes das famílias que se apoderaram e
privatizaram o Estado, todos nós a conhecemos, uma vez que sem dúvida alguma a
Paraíba é propriedade delas, trazemos à baila o caso de famílias que separam
para elas os cargos de deputado estadual, federal, senador, grandes prefeituras
e governo do Estado, numa afoiteza sarcástica e sacana com a ética, com a
moral, como a dizer de maneira imodesta e jactanciosa: Este Estado ainda é um
feudo e vocês tem que reconhecer isto e servir de forma cínica e desavergonhada
a nossos caprichos, inclusive, ao estalar dos nossos dedos, irem às urnas
decantar nossos “nobres” sobrenomes.
Eles ainda nomeiam parentes para cargos importantes,
ministros, secretários, superintendentes, diretores e o fazem de forma tratante
e velhaca, pois, parece que só os que comem em suas cozinhas e carregam seus
sangues nas veias, é que reúnem competência para o exercício desses cargos.
Então senhoras e senhores, eles permanecerão
comprando e manipulando mandatos e dando o mais implacável, inclemente e
maquiavélico exemplo de que a Paraíba lhes pertencem e na falta de capacidade
para pensar algo, estufam suas fanfarronices gabolescas e presunçosamente vão
levando esta terra ao buraco e a mais deplorável privação, subdesenvolvimento e
a uma inqualificável escassez de bens industriais e insumos agrícolas de toda
natureza.
Só tem um jeito de desalojar esses sobrenomes
desqualificados empedernidos no poder e senhores da Paraíba: exigir-se uma
reforma política com financiamento público de campanha e o voto distrital, uma
vez que as lideranças pobres e regionais poderiam concorrer em pé de igualdade
com esses cínicos e incapazes mandatários, expulsando-os das suas trincheiras e
retomando o território paraibano para todos, mas enquanto essa reforma não
acontece, que não elejamos aqueles que acreditando no atraso e servilismo, não
tiveram o mais elementar recato e pudor, e montados no poder econômico e na aviltada
máquina pública, alojaram em cargos do executivo e do legislativo mães, pais, irmãos
e asseclas, mesmo sabendo desassistidos de qualquer critério meritório, uma vez
que o único atributo exigido é ser família e que se lasque o resto, incluindo
aí a Paraíba e o seu querido povo.
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