PRESIDENTE DUTRA, ISTO, AQUILO O
OUTRO
Os vendedores de água doce
Quando chegava o verão e os caldeirões e lagoas secavam era
um Deus nos acuda na minha estimada Dutra, pois faltava água para beber, Me
lembro eu e meu pau, eu em cima de uma carga de carotes, transportado por um
burro velho que pertencia a Pedro meu irmão, á íamos até a Quixabeira,
Sapecado, onde tivesse água buscá-la para beber e cozinha, para banho não, a
água não dava.
Então entravam em ações os proprietários de caminhões que
viam uma oportunidade de ganhar dinheiro e enchiam as carrocerias de seus
autocargas com tonéis e se deslocavam para a cidade de Uibaí em demanda do
precioso líquido, dentre eles se destacavam:
DIDI DE LINDOLFO
Didi de Lindolfo possuía um chevrolet
amarelo e tinha como ajudante meu primo Mênãos de João de Mano, que
orgulhosamente desfilava na Dutra sentado em cima dos tambores de água e era o
homem que botava a mangueira no interior do tambor, com seu fôlego forte puxava
a água e enchia dezenas de latas, vendidas a valores de hoje por cinqüenta
centavos e os vendedores de água faturavam, imagine 100 tambores quantas latas
de água não comportavam!
Mênãos gostava mesmo era de ficar em cima do caminhão de Didi
aí na Rua de Manilin, o avô de Moitinho, olhando para Célia de Quilôr a sua
grande e enibriante paixão, a qual custou uma séria intervenção de Quilôr, de
quem Mênãos tinha muito medo.
SEU ERELI
Seu ERELI era um
homem muito bacana, simples, humilde e agudamente prestativo, era o pai de
Albertão e de Élio e da filha da qual me esqueço o nome agora, mas que em
bondade puxou tudo do pai.
Lembro-me que SEU
ERELI possuía um Chevrolet de cor verde e seu ajudante predileto era
Gildásio Raposa, o qual varou mundo com SEU
ERELI que mesmo convidando Gildásio para viajar na cabine ele não aceitava,
pois dizia que um bom chapa teria que viajar mesmo era em cima da carga.
SEU ERELI também enchia a carroceria do seu
Chevrolet verde de tambores, creio de 200 litros e também abastecia os lares da
Dutra com água doce de Uibaí ou da Fonte Grande e era um dos preferidos do
povo, pela sua bondade e pelo encantamento da figura pitoresca e extravagante
de Gildásio Raposo, um ajudante em permanente bom humor e cheio de novidades
das viagens que fazia com SEU ERELI, parece
que chegaram a se embrenhar no Estado do Goiás.
SEU LÁZARO
O caminhão mais antigo que abastecia a Dutra com sua carroceria
repleta de tonéis era o Chevrolet velho de SEU
LÁZARO, este é o meu líder, era fã dele, e seu caminhão antigo tinha a
cabine preta e a carroceria de um azul claro. Sua clientela se concentrava mais
na minha Rua, na Rua 07 de Setembro e Rua da Igreja. Ele não tinha um ajudante
como os outros, mas seus filhos João e Zé estavam sempre presentes e seguravam
a mangueira bem direitinho, enchendo latas e mais latas, sempre até a boca para
evitar reclamações.. Seu Lázaro exigia disciplina e que as mulheres colocassem
as latas na fila, a qual mesmo antes dele apontar na rua já estava organizada.
PEDRO DE JACI
PEDRO DE JACI é outro homem maravilhoso, pai de
Geni e Titão e esposo dedicado de Dona Jaci de João de Porcina. Ele tinha um
caminhão lindíssimo, o chevrolet mais bonito da Dutra, cor de chocolate com
belas lameiras e uma antena de rádio muito longa que quando em deslocamento
dobrava pela força do vento e dava um charme todo especial ao seu bruto.
Não me lembro se PEDRO
DE JACI tinha ajudante, me parece que Renatão era o seu companheiro de
labuta, uma vez que PEDRO DE AJCI era
uma espécie de agregado do depósito de compra e venda de Marinho Mulato, o
popular Marino Velho e Renatão era empregado da casa e sempre acompanhava PEDRO DE JACI em suas andanças,
inclusive da busca de água nas fontes de Uibaí.
JOÃO E QUINCA DE VENÇO
JOÃO E QUINCA DE VENÇO não possuíam caminhões, mas duas
carroças de burro, a de JOÃO era uma
carroça verde e a de QUINCA era de
cores vermelha e azul e eles transportavam água dos açudes e das lagoas, além
dos poços Velho e Novo para residências da praça, onde o povo já mais abastado,
poupava suas mulheres e suas filhas da árdua tarefa de carregar água das nossas
fontes locais em latas d’águas na cabeça.
JOÃO e QUINCA DE VENÇO também abasteciam com as águas do
açude e das lagoas da Dutra reservatórios para construção de prédios públicos,
não deixando nunca faltar aos serventes,senão o mestre Zé Rocha virava uma
arara e nunca deixavam faltar a água para mexer a massa, de modo que a Dutra
deve muito a esses irmãos, cujo ofício naqueles tempos era a venda de água.
Eles transportavam em cada carroça dois tonéis, que cheios, dava para abastecer
uma casa, inclusive para a lavagem de roupa.
A PIADA DA SEMANA – Para animar um pouco, já que passamos
toda a semana dedicados ao trabalho, passarei a publicar uma piada semanalmente
e gente, se não gostar, pode reclamar que a gente pára.
A PIADA DE HOJE
Cidadezinha do Interior
Em uma cidadezinha do interior um
candidato a deputado chega e começa o discurso.
— Gente nessa cidade tem água encanada?
O povo responde:
— Não!
— Gente, nessa cidade tem saneamento básico?
O povo:
— Não!
— Gente nessa cidade tem hospital?
O povo mais uma vez diz:
— Não.
— Gente, muda dessa porra!
— Gente nessa cidade tem água encanada?
O povo responde:
— Não!
— Gente, nessa cidade tem saneamento básico?
O povo:
— Não!
— Gente nessa cidade tem hospital?
O povo mais uma vez diz:
— Não.
— Gente, muda dessa porra!
MEUS ABRAÇOS DA SEMANA
VÃO PARA:
Pedro Ferreira de Miranda, Adhemar Moitinho, Paulo Novaes,
João de Zoró e Virgínia de Zé Grande, Celito Reggmendes, Raffa Alecrim, Ivanea
Porto, Uerson Mendes Alecrim, Lievalton, Leci, Napoziano, João de Antero, Ivan
Machado, Moacir Caroba, Hélio de Otávio, Dominguinhos de Domingão (meu
contemporâneo de escola), Gordão, Quarentinha, Gi Preto, Demão de Chicão, Mário
de Lélio Preto, Noelson da Gameleira, Arilda de Belinho, Nilzete e Maria
Mendes, Zé de Milingido, Nicolino e Vilson, Osnivan Porto, Elivaldo, Horacinho,
Gileninho, Maria Núcia, Gilvanete de Vanjo, Iranete de Zuza, Alan de Ademário,
Areia, Laércio de Mirão, João de Olímpio, Máriozan, Neura de Antonio Pequeno,
Zé de Cornélio, Simeão Ferreira Machado, Rosalia, Domingos, Leandro, Cira e
Apolônia de Mané dos Santos, Baé, Cizão e Zé Capanga, Vailto, Reinaldo, Wilson,
Velho Já e Zé Nico, Herminho, Genésia e Lourão, Dodozinho, Netão de Adonias,
Albertão e Élio de Ereli, Monsuete, Absalão, Neuza e Maria Celia, Pedrinho e
Joãozinho de Helena, Osvaldão de meu tio Zezinho e sua amda Aldinha, Elza de
Bolô (o meu sonho de adolescente) não realizado, Socorro e Ditinho, Gi de
Dinha, Ildete e Nego e enfim, para todos os habitantes desse torrão querido.
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