domingo, 27 de outubro de 2013

PRESIDENTE DUTRA, ISTO, AQUILO O OUTRO

Exibições bizarras

Antigamente em Presidente Dutra apareciam  circos com animais raros e outros bizarros, por exemplo onça, animais com deformação (o bode de duas cabeças) e outras atrações de gosto duvidoso e ofensivo à ética e aos direitos dos animais.
Certa feita, um desses circos chegou com uma onça e esse felino era o comentário da cidade, me recordo do grande comentário que surgiu, quando Joaquim Branco saiu exaltando as qualidades e a beleza da onça e Agripino Pai de Odetina e Diversina após a conclusão dos elogios por parte de Joaquim Branco vociferou com seu vozeirão grave: “E é porque é um onço fêmi Joaquim Branco, porque se fosse um onço macho, eu não sei nem como você ficava”.

“Valentões” da Dutra – Zé Brutinho

Me recordo de duas pessoas extremamente “valentes”, mas mais valentes em suas bocas, suas ações nunca foram de gente valente, mas se destacavam pelo fuá que costumavam fazer: Primeiramente “Zé Brutinho”, morador da Rua da Igreja, numa casa de pedra de Dona Maria sua mãe, que “Zé Brutinho” em suas crises de “nervo”muitas vezes derrubou partes, dizendo que iria reconstruir e bem frente ao Depósito de Lequis, ao lado de Maria de Jovita e Seu Heliodoro, pai de Glória, Nezinho, Henricão, Josefa. “Zé Brutinho” por nada lançava mão de um facão e começava a provocar com  um volume estridente pessoas que não eram do seu agrado, mas quando alguém dizia: “Lá vem os homens”, “Zé Brutinho” se danava dentro das roças e passava de dois a três dias escondido, até as coisas esfriarem.
“João Perninha”
Eu adorava João Perninha, era simpático, gente boa, metido a jogador de futebol (mas só metido mesmo) e era torcedor do meu timão, o Coringão. E nesse tempo ele ia para São Paulo e voltava vestido em camisas do Corinthians, eu babava por uma daquelas e jurava que um dia também teria a minha (hoje tenho umas cinco, todas doadas por amigos, inclusive por Fernando, um Promotor de Justiça que é Diretor dos Santos, me mandou uma autografada por Ronaldo), mas o João Perninha também aprontava e corria para o Alto, o Alto compreende o Bernaldo, Sapecado, Curralinho, Araçatuba, etc., e a exemplo de “Zé Brutinho”, também passava uns dias fora e depois retornava, mas anote-se, nunca fizeram nada de grave.

Vanderlei, primo de Valdinho e Dodota

Vanderlei de Quita, que  na verdade é sobrinho desta e primo de Dodota (Flordoaldo), Valdinho e da nossa Delegada Florisbela, também pegou fama de valente na Dutra. Vanderlei namorava com Sônia de Raul, chegou a comprar um jeep para  dar cavalos de pau na Rua da Igreja e nas brigas ele tinha uma tática infalível: atacava primeiro, sempre desferindo um  tijolo no rosto do adversário e dentre suas vítimas, cito a maior que apanhou do mesmo várias vezes, o querido Alonso de Josias, que chegou a comprar faca, revólver, mas sempre apanhava mais, era um homem bom, não nasceu para fazer o mal e incentivado por falsos amigos, cada dia apanhava mais de Vanderlei, além  de Menãos, que certa feita ficou com a cara desmanchada, a briga foi no Bar de Zé de Milingido meu primo e  salvo engano também provaram dos tijolaços de Vanderlei Neco de Geneliza e outros que queriam vingar as lesões corporais sofridas pelo meu primo Menãos de João de Mano, morador do lado de Cazuzão e Aurelino de Oripim.

Outros “valentes”

Derme de Josefa, conhecido como Cadillac, uma pessoa boa, inofensiva mas que gostou da fama de valente, não sei se  ainda se encontra entre nós, mas certa feita quase destruiu a existência do meu Tio Zuza, desferindo várias facãozadas sobre o mesmo. Derme era gago, calmo, tímido e após cumprir pena de reclusão na cidade de Central por lá permaneceu, inclusive formando família naquela comuna.
João Dirulite é o João de Josefa, também irmão de Cadillac, João para os padrões da época era considerado altamente periculoso e após ingerir várias doses da branquinha de marca altiva ou serra grande, se tornava de fato perigoso e lançava mão sempre de uma peixeira e chegou a furar algumas pessoas e a exemplo do irmão, cumpriu pena privativa de liberdade em Central e me parece que nunca mais se envolveu com essas inglórias valentias, que como dizia meu pai: não passavam somente de ignorâncias e era mesmo, pois no fundo, todos eram pessoas simples e boas.

O Mágico Mário Fraga

Conheci de perto o nosso Mágico Mário Fraga, era o querido Belinho, pai de Arilda sua filha única, bonita, baixinha e de uma fala de neném, uma vez que era profundamente amada. Belinho começou a ficar famoso quando botou Sidnei de Antonio Chuveiro para botar uma dúzia de ovos, fazer aparecer um pombo de dentro de uma caixa vazia, encontrar com facilidade uma carta no meio de um baralho, queimar dinheiro e fazê-lo aparecer no bolso de um circunstante e outros truques. Meu pai dizia que Belinho tinha poderes ocultos e possuía livros de magia negra e que não brincassem com ele, ele podia fazer com seus poderes o que bem entendesse, inclusive desaparecer a cidade, era só alguém mandar.
Me  recordo do Cine de Belinho, era na Rua da Barra Funda, onde ficava o bar de Mazila Preta, e onde ele morava, batizada como Rua da Barra Funda, na esquina tivemos o Bar de Meu Padrinho Arsênio de Zé Pedro, a primeira barraca de Presidente Dutra de propriedade de Felintro Preto e encravada  na frente da Lagoa de Mané Ferreira. O Cinema de Belinho era precário, as fitas quebravam, mas Belinho era um Storyteller atual, rapidamente consertava emendando as mesmas e sabia também mexer com o arcaico projetor e o filme prosseguia, de sorte que foi o primeiro cinema a dar certo, pois, aí na Rua da Prefeitura (Av. São Gabriel), um pessoal de Irecê chegou a instalar uma casa de projeção, mas a mesma não foi à frente.


As goiabas e os cagões de Joaquinzão

Joaquinzão de Seu Miro, irmão de Miguelão, possuía uma loja de vender peças de automóveis ai na Praça, bem na esquina, cujo lado dar para a Casa de João Rocha e a Panificadora de Pedro de Marino dos Ramos, sogro de Chiquinho de Cassimira, meu primo, e um fenômeno começou a ocorrer em frente à autopeças de Joaquinzão, todos os dias amanhecia vários montes de bosta, ou seja, algumas pessoas de uma vez só estavam cagando em frente à Loja de Joaquinzão e ele desconfiou que os autores daquelas cagadas eram os padeiros e auxiliares de Pedrão e então certo dia, Joaquinzão foi à sua roça e trouxe uma bacia de goiaba e chamou os trabalhadores da panificadora para comerem e os bichos se entalaram de tanto degustar as deleitosas frutas, eram goiabas brancas, vermelhas e agudamente saborosas e no dia seguinte, Joaquinzão foi conferir e não deu outra, o bosteiro em frente ao seu comércio só tinha caroços de goiaba, era goiaba pura, despertando a ira de Joaquinzão, que chutou as portas da padaria, gritou, esturrou, ameaçou polícia e o certo é que até os dias atuais, nunca mais ninguém cagou em frente à loja de Joaquinzão de Seu Miro, pai do Dr. Misterblande, irmão do meu querido Agamenon, sobrinho de Joelzinho e Pedrão.


Essas são as histórias da minha terra, semana que vem tem mais PRESIDENTE DUTRA, ISTO, AQUILO, O OUTRO.

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