PRESIDENTE
DUTRA, ISTO, AQUILO O OUTRO
Exibições
bizarras
Antigamente em
Presidente Dutra apareciam circos com
animais raros e outros bizarros, por exemplo onça, animais com deformação (o
bode de duas cabeças) e outras atrações de gosto duvidoso e ofensivo à ética e
aos direitos dos animais.
Certa feita, um desses
circos chegou com uma onça e esse felino era o comentário da cidade, me recordo
do grande comentário que surgiu, quando Joaquim Branco saiu exaltando as
qualidades e a beleza da onça e Agripino Pai de Odetina e Diversina após a conclusão
dos elogios por parte de Joaquim Branco vociferou com seu vozeirão grave: “E é porque é um onço fêmi Joaquim Branco,
porque se fosse um onço macho, eu não sei nem como você ficava”.
“Valentões”
da Dutra – Zé Brutinho
Me recordo de duas
pessoas extremamente “valentes”, mas mais valentes em suas bocas, suas ações
nunca foram de gente valente, mas se destacavam pelo fuá que costumavam fazer:
Primeiramente “Zé Brutinho”, morador
da Rua da Igreja, numa casa de pedra de Dona Maria sua mãe, que “Zé Brutinho” em suas crises de “nervo”muitas
vezes derrubou partes, dizendo que iria reconstruir e bem frente ao Depósito de
Lequis, ao lado de Maria de Jovita e Seu Heliodoro, pai de Glória, Nezinho,
Henricão, Josefa. “Zé Brutinho” por
nada lançava mão de um facão e começava a provocar com um volume estridente pessoas que não eram do
seu agrado, mas quando alguém dizia: “Lá vem os homens”, “Zé Brutinho” se danava dentro das roças e passava de dois a três
dias escondido, até as coisas esfriarem.
“João
Perninha”
Eu adorava João Perninha, era simpático, gente
boa, metido a jogador de futebol (mas só metido mesmo) e era torcedor do meu
timão, o Coringão. E nesse tempo ele ia para São Paulo e voltava vestido em
camisas do Corinthians, eu babava por uma daquelas e jurava que um dia também
teria a minha (hoje tenho umas cinco, todas doadas por amigos, inclusive por
Fernando, um Promotor de Justiça que é Diretor dos Santos, me mandou uma
autografada por Ronaldo), mas o João
Perninha também aprontava e corria para o Alto, o Alto compreende o
Bernaldo, Sapecado, Curralinho, Araçatuba, etc., e a exemplo de “Zé Brutinho”, também passava uns dias
fora e depois retornava, mas anote-se, nunca fizeram nada de grave.
Vanderlei,
primo de Valdinho e Dodota
Vanderlei de Quita, que
na verdade é sobrinho desta e primo de
Dodota (Flordoaldo), Valdinho e da nossa Delegada Florisbela, também pegou fama
de valente na Dutra. Vanderlei namorava com Sônia de Raul, chegou a comprar um
jeep para dar cavalos de pau na Rua da
Igreja e nas brigas ele tinha uma tática infalível: atacava primeiro, sempre
desferindo um tijolo no rosto do
adversário e dentre suas vítimas, cito a maior que apanhou do mesmo várias
vezes, o querido Alonso de Josias, que chegou a comprar faca, revólver, mas
sempre apanhava mais, era um homem bom, não nasceu para fazer o mal e
incentivado por falsos amigos, cada dia apanhava mais de Vanderlei, além de Menãos, que certa feita ficou com a cara
desmanchada, a briga foi no Bar de Zé de Milingido meu primo e salvo engano também provaram dos tijolaços de
Vanderlei Neco de Geneliza e outros que queriam vingar as lesões corporais sofridas
pelo meu primo Menãos de João de Mano, morador do lado de Cazuzão e Aurelino de
Oripim.
Outros
“valentes”
Derme de Josefa,
conhecido como Cadillac, uma pessoa boa, inofensiva mas que gostou da fama de
valente, não sei se ainda se encontra
entre nós, mas certa feita quase destruiu a existência do meu Tio Zuza,
desferindo várias facãozadas sobre o mesmo. Derme era gago, calmo, tímido e
após cumprir pena de reclusão na cidade de Central por lá permaneceu, inclusive
formando família naquela comuna.
João Dirulite é o João
de Josefa, também irmão de Cadillac, João para os padrões da época era
considerado altamente periculoso e após ingerir várias doses da branquinha de
marca altiva ou serra grande, se tornava de fato perigoso e lançava mão sempre
de uma peixeira e chegou a furar algumas pessoas e a exemplo do irmão, cumpriu
pena privativa de liberdade em Central e me parece que nunca mais se envolveu
com essas inglórias valentias, que como dizia meu pai: não passavam somente de ignorâncias
e era mesmo, pois no fundo, todos eram pessoas simples e boas.
O
Mágico Mário Fraga
Conheci de perto o nosso
Mágico Mário Fraga, era o querido Belinho, pai de Arilda sua filha única,
bonita, baixinha e de uma fala de neném, uma vez que era profundamente amada.
Belinho começou a ficar famoso quando botou Sidnei de Antonio Chuveiro para
botar uma dúzia de ovos, fazer aparecer um pombo de dentro de uma caixa vazia,
encontrar com facilidade uma carta no meio de um baralho, queimar dinheiro e
fazê-lo aparecer no bolso de um circunstante e outros truques. Meu pai dizia
que Belinho tinha poderes ocultos e possuía livros de magia negra e que não
brincassem com ele, ele podia fazer com seus poderes o que bem entendesse,
inclusive desaparecer a cidade, era só alguém mandar.
Me recordo do Cine de Belinho, era na Rua da
Barra Funda, onde ficava o bar de Mazila Preta, e onde ele morava, batizada
como Rua da Barra Funda, na esquina tivemos o Bar de Meu Padrinho Arsênio de Zé
Pedro, a primeira barraca de Presidente Dutra de propriedade de Felintro Preto
e encravada na frente da Lagoa de Mané Ferreira.
O Cinema de Belinho era precário, as fitas quebravam, mas Belinho era um
Storyteller atual, rapidamente consertava emendando as mesmas e sabia também
mexer com o arcaico projetor e o filme prosseguia, de sorte que foi o primeiro
cinema a dar certo, pois, aí na Rua da Prefeitura (Av. São Gabriel), um pessoal
de Irecê chegou a instalar uma casa de projeção, mas a mesma não foi à frente.
As goiabas e os cagões de Joaquinzão
Joaquinzão de Seu Miro,
irmão de Miguelão, possuía uma loja de vender peças de automóveis ai na Praça,
bem na esquina, cujo lado dar para a Casa de João Rocha e a Panificadora de
Pedro de Marino dos Ramos, sogro de Chiquinho de Cassimira, meu primo, e um
fenômeno começou a ocorrer em frente à autopeças de Joaquinzão, todos os dias amanhecia
vários montes de bosta, ou seja, algumas pessoas de uma vez só estavam cagando
em frente à Loja de Joaquinzão e ele desconfiou que os autores daquelas cagadas
eram os padeiros e auxiliares de Pedrão e então certo dia, Joaquinzão foi à sua
roça e trouxe uma bacia de goiaba e chamou os trabalhadores da panificadora
para comerem e os bichos se entalaram de tanto degustar as deleitosas frutas,
eram goiabas brancas, vermelhas e agudamente saborosas e no dia seguinte,
Joaquinzão foi conferir e não deu outra, o bosteiro em frente ao seu comércio
só tinha caroços de goiaba, era goiaba pura, despertando a ira de Joaquinzão,
que chutou as portas da padaria, gritou, esturrou, ameaçou polícia e o certo é
que até os dias atuais, nunca mais ninguém cagou em frente à loja de Joaquinzão
de Seu Miro, pai do Dr. Misterblande, irmão do meu querido Agamenon, sobrinho
de Joelzinho e Pedrão.
Essas são as histórias
da minha terra, semana que vem tem mais PRESIDENTE DUTRA, ISTO, AQUILO, O
OUTRO.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.