sexta-feira, 11 de julho de 2014

Depois da Copa.
 
 
Em meio a muitas expectativas o Brasil perdeu no jogo com a Alemanha. As reações naturais: revolta, insatisfações, frustrações, choro, xingamento, etc. Tudo dentro daquilo que se poderia esperar do povo brasileiro. Nada entendo de jogo, mas o time brasileiro não se mexeu dentro do campo e, por isso, perdeu para a Alemanha.
Em jogo é natural tanto ganhar quanto perder. Ninguém pode ter certezas de uma coisa ou outro. Os resultados dependem do jogo que é feito.
Se o Brasil fosse vitorioso nessa copa, o que ganharia o povo brasileiro? Essa pergunta tem me acompanhado.
Ganhando ou perdendo o jogo, os jogadores continuam com seus salários inalterados, inclusive divulgados recentemente nas redes sociais, por sinal, altíssimos, os melhores e mais altos salários que um brasileiro pode ter.
Ganhando ou perdendo, a vida dos brasileiros e brasileiras continua a mesma. A luta por saúde, por moradia, por salário, por emprego... Grande parte da população do nosso país vive na penúria, mendigando aquilo que é direito de toda pessoa humana, mas que esse direito está facilitado apenas para as camadas mais ricas.
Ninguém quer perder nada, nunca. A tendência do ser humano e o modelo de sociedade que temos nos incentiva sempre a ganhar. Perder traz frustrações e elas, de forma positiva, poderão nos ajudam a pensar.
Perder talvez leve o governo federal a pensar que além das arenas construídas, para um momento muito passageiro, seja necessário fazer outras construções: escolas e hospitais. E, mais que construir é fazer com que haja toda uma estrutura necessária para o seu devido funcionamento.
Sabemos que saúde, educação, trabalho e emprego são as maiores necessidades para uma nação que deseja se desenvolver. Como sabemos, estamos ainda extremamente carentes diante dessas necessidades básicas para as nossas famílias e nossos adolescentes e jovens.
Existem problemas que o nosso país não tem tido como prioridade para enfrentá-los, a exemplo da questão da droga, em relação ao tráfico, mas, sobretudo, em relação ao dependente químico. Não existe nenhuma iniciativa para o tratamento das pessoas dependentes, a não ser trancá-las nas unidades prisionais para que lá continuem alimentando o próprio vício, uma vez que as unidades prisionais estão sempre associadas com o uso das drogas.
O nosso país já é campeão na insegurança pública que tem gerado altos índices de violência, como também tem sido campeão no grande número de pessoas presas e, ainda, assumindo que prende muito e prende de forma desumana.
Temos crescido, é verdade, mas não podemos pensar que estamos no país das maravilhas para todo o povo brasileiro. A desigualdade social permanece e tem sido uma chaga aberta que gera muitos e graves problemas entre nós.
Perder no futebol certamente ajudará alguém a pensar que algo deve mudar não só na seleção, mas no compromisso que todos devemos ter com toda a população. Não podemos nos unir apenas em torno da seleção, mas em torno dos graves problemas que temos na nossa nação.
pebosco@yahoo.com.br
 
 

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