PRESIDENTE DUTRA, ISTO, AQUILO O OUTRO.
TORTURAS NA MINHA TERRA NUNCA PUNIDAS E NEM REPARADAS
Este assunto ainda é Tabu na minha querida Dutra, ele ainda é proibido, as pessoas ainda tem profundo medo de abordá-lo, de comentá-lo, só à boca miúda e muito reservadamente ele é tratado, mas hoje trago-o à baila e se alguém por acaso se incomodar com o assunto, não é interesse nosso aqui assacar calúnias ou cavilações contra qualquer pessoa, apenas anotar fatos históricos da nossa terra e a isto não fugiremos, se alguém pretender judicializar a questão,uma vez que daremos nomes aos personagens, será uma grande oportunidade para passarmos essa terrível página à limpo.
A TORTURA DE JUAREZ E ANTONIO BORÉS
Eram os anos 70 na nossa arcaica e incivilizada Presidente Dutra. A sua autoridade maior era um Sargento de Polícia que mais parecia um bloco de gelo, nunca sorriu para nenhum cristão e tratava a todos com formalidade própria de quem exigia reciprocidade, era o temido Sargento Pacheco, hoje com certeza na inatividade, reformado sem dúvida alguma no Posto de Tenente ou Capitão, se vivo, curte sua aposentadoria em algum lugar aprazível do nosso Estado.
Pois bem, a primeira loja de roupas que vendia como água em toda região era dos filhos de Lia Barreto, os sócios eram Valter, Euvaldo, Zé e Dilton, eles viajavam para São Paulo e traziam camisas pólos, calças jeans e sapatos de todas as marcas e modelos.
Certo dia, arrombaram a loja pelo telhado, bem aí na Praça do Comércio, na esquina da Rua onde morava o Velho Arlindo, João de Cândida, Firmição e Meu Padrinho André, além de Gildásio Raposa e levaram grande quantidade de confecções e calçados, tal furto e subtração de mercadorias era o assunto de todas as esquinas da feira e da cidade.
Pois bem, a primeira loja de roupas que vendia como água em toda região era dos filhos de Lia Barreto, os sócios eram Valter, Euvaldo, Zé e Dilton, eles viajavam para São Paulo e traziam camisas pólos, calças jeans e sapatos de todas as marcas e modelos.
Certo dia, arrombaram a loja pelo telhado, bem aí na Praça do Comércio, na esquina da Rua onde morava o Velho Arlindo, João de Cândida, Firmição e Meu Padrinho André, além de Gildásio Raposa e levaram grande quantidade de confecções e calçados, tal furto e subtração de mercadorias era o assunto de todas as esquinas da feira e da cidade.
AS INVESTIGAÇÕES E O SUPLÍCIO DE JUAREZ
Como suspeito imediato foi aprisionado sem qualquer ordem judicial Antonio de Sabina, conhecido pelo apelido de Antonio Borés, um Presidentino perturbado mentalmente, que praticava furtos de galinha e era inofensivo e segundo o comentário geral, não tivemos acesso ainda a documentos, mas pedimos à Comarca de Central uma cópia, conforme solicitação efetivada via ofício àquele juízo de cópia do processo, foi levado para a Cadeia Pública da cidade de Central, sede da Comarca e lá torturado de forma impiedosa e acima de tudo agudamente covarde, todo torturador é um frustrado, desprezível e medroso poltrão.
Segundo os comentários que ressoaram em toda o território da Dutra e além fronteiras, devido aos aflitivos tormentos impingidos pelo Sargento Pacheco e sua imfame equipe, Antonio Borés findou por acusar Juarez, irmão de Manoel Soldado, pai de Juazinho e Cambota de ser o autor intelectual do crime acima noticiado e este também foi preso sem ordem judicial pelo Sargento Pacheco, o qual, sem dó e sem compaixão, de forma desprezível e vil, submeteu Juarez a todos os abjetos suplícios, dizem que Juarez teve suas unhas arrancadas, sofreu centenas de choques elétricos além de severos espancamentos e bolos de palmatória, mas de forma heróica resistiu a todo martírio e em momento algum confessou o que Pacheco lhe obrigava debaixo da ignóbil sevícia, o que fazia aumentar o ódio e a ira de Pacheco. Juarez era valente, além de extremamente honesto e trabalhador.
Segundo os comentários que ressoaram em toda o território da Dutra e além fronteiras, devido aos aflitivos tormentos impingidos pelo Sargento Pacheco e sua imfame equipe, Antonio Borés findou por acusar Juarez, irmão de Manoel Soldado, pai de Juazinho e Cambota de ser o autor intelectual do crime acima noticiado e este também foi preso sem ordem judicial pelo Sargento Pacheco, o qual, sem dó e sem compaixão, de forma desprezível e vil, submeteu Juarez a todos os abjetos suplícios, dizem que Juarez teve suas unhas arrancadas, sofreu centenas de choques elétricos além de severos espancamentos e bolos de palmatória, mas de forma heróica resistiu a todo martírio e em momento algum confessou o que Pacheco lhe obrigava debaixo da ignóbil sevícia, o que fazia aumentar o ódio e a ira de Pacheco. Juarez era valente, além de extremamente honesto e trabalhador.
Juarez livre se suicida em Salvador
Após me tornar um militante de direitos humanos, passei a conhecer e estudar os torturados, a maioria perde o juízo, nunca mais são os mesmos, mesmo acompanhados de psiquiatra e psicólogos, nunca mais voltam ao normal, são almas permanentemente atormentadas e isto aconteceu com Juarez, após solto, devido a intervenção de um Capitão da Marinha, amigo de Osmazão, Manoel Soldado seu irmão o levou para Salvador, onde cometeu suicídio no interior de um apartamento de propriedade de Manoel, seu irmão, que lutou de forma destemida e vertical contra a desgraça que abatera sobre o seu irmão querido.
Juarez deixou órfãos três filhos e uma viúva, os quais, mesmo abatidos e marcados pelos sofrimentos indescritíveis, tiveram forças e tocaram a vida para a frente, demonstrando firmeza, honradez e grandeza de atitudes, honrando a memória do seu pai e esposo, uma pessoa que era admirada e querida por todos no nosso sofrido torrão.
Após me tornar um militante de direitos humanos, passei a conhecer e estudar os torturados, a maioria perde o juízo, nunca mais são os mesmos, mesmo acompanhados de psiquiatra e psicólogos, nunca mais voltam ao normal, são almas permanentemente atormentadas e isto aconteceu com Juarez, após solto, devido a intervenção de um Capitão da Marinha, amigo de Osmazão, Manoel Soldado seu irmão o levou para Salvador, onde cometeu suicídio no interior de um apartamento de propriedade de Manoel, seu irmão, que lutou de forma destemida e vertical contra a desgraça que abatera sobre o seu irmão querido.
Juarez deixou órfãos três filhos e uma viúva, os quais, mesmo abatidos e marcados pelos sofrimentos indescritíveis, tiveram forças e tocaram a vida para a frente, demonstrando firmeza, honradez e grandeza de atitudes, honrando a memória do seu pai e esposo, uma pessoa que era admirada e querida por todos no nosso sofrido torrão.
A luta do irmão Manoel Soldado
Me recordo de Manoel Soldado, era uma pessoa simples mas lutou bravamente em defesa da liberdade e da honra do irmão, infelizmente, na época, não tínhamos nenhuma pessoa que pudesse orientá-lo a perseguir justiça, a postular por escrito uma reparação e uma punição para os culpados, todavia, como o crime de tortura não prescreve e existem várias comissões da verdade instauradas nos Estados, estamos encaminhando à Comissão de Tortura do Estado da Bahia a notícia dessa atrocidade, para que se possa ter a devida reparação. É isto que podemos fazer como filho da Dutra, para que outros irmãos não caiam por terra por mãos retintas do sangue de inocentes, como é o caso de Juarez de Manoel Soldado.
E aqui não tememos nenhuma reação ou ação de quem se achar inocente, estamos prontos para responder a quem se acusar por conta deste anêmico escrito, no entanto, pedimos todas a s escusas à família, pois a lembrança dessa infâmia contra um parente, sabemos que é revitimizá-los, mas a história nos ensina, que enquanto a impunidade pairar sobre os sórdidos e infames torturadores, os corpos das suas vítimas permanecerão insepultos., clamando por justiça.
Semana que vem falaremos sobre a tortura e morde de Jonas, irmão de Dêde e dos seus algozes ainda impunes.
Meus abraços de hoje vão para: Dé e Tereza de Jeová, Herminho, Louro e Genésia, Moacir Caroba, Admeário, Raul de Benigno, Pedro de Felismina, Antonio e Osvaldo de Sinésio, Iranete, Pedromiro de Jovita, Nozão, Jurí, Antonio de Chicão, Nacó e Nildinha e para toda a população da minha querida Dutra.
Me recordo de Manoel Soldado, era uma pessoa simples mas lutou bravamente em defesa da liberdade e da honra do irmão, infelizmente, na época, não tínhamos nenhuma pessoa que pudesse orientá-lo a perseguir justiça, a postular por escrito uma reparação e uma punição para os culpados, todavia, como o crime de tortura não prescreve e existem várias comissões da verdade instauradas nos Estados, estamos encaminhando à Comissão de Tortura do Estado da Bahia a notícia dessa atrocidade, para que se possa ter a devida reparação. É isto que podemos fazer como filho da Dutra, para que outros irmãos não caiam por terra por mãos retintas do sangue de inocentes, como é o caso de Juarez de Manoel Soldado.
E aqui não tememos nenhuma reação ou ação de quem se achar inocente, estamos prontos para responder a quem se acusar por conta deste anêmico escrito, no entanto, pedimos todas a s escusas à família, pois a lembrança dessa infâmia contra um parente, sabemos que é revitimizá-los, mas a história nos ensina, que enquanto a impunidade pairar sobre os sórdidos e infames torturadores, os corpos das suas vítimas permanecerão insepultos., clamando por justiça.
Semana que vem falaremos sobre a tortura e morde de Jonas, irmão de Dêde e dos seus algozes ainda impunes.
Meus abraços de hoje vão para: Dé e Tereza de Jeová, Herminho, Louro e Genésia, Moacir Caroba, Admeário, Raul de Benigno, Pedro de Felismina, Antonio e Osvaldo de Sinésio, Iranete, Pedromiro de Jovita, Nozão, Jurí, Antonio de Chicão, Nacó e Nildinha e para toda a população da minha querida Dutra.