FIQUE DE OLHO: OS
FATOS DO COTIDIANO DESMENTEM A PROPAGANDA OFICIAL
Estudante é
assassinada com tiro no coração no José Américo
Amanda Kelly Targino Fernandes, de 17 anos, estava lanchando com o
namorado
A estudante Amanda Kelly Targino
Fernandes, de 17 anos, foi assassinada com um tiro nas costa, na noite desta
sexta-feira (25), no conjunto José Américo em João Pessoa.
Amanda morava na cidade Verde em
Mangabeira VIII e estava com o namorado lanchando em um Quiosque na rua
principal do José Américo, quando um homem sacou de um revolver e efetuou três
disparos na jovem, que foi atingida com um tiro nas costas, ao tentar fugir do
assassino.
O tiro transfixou o coração de
Amanda, que morreu na hora.. Uma equipe do Samu ainda esteve no local, mas
a estudante já estava morta.
Testemunhas disseram a delegada Maria
das Dores, que o principal suspeito é o ex-namorado de Amanda. A policia vai
investigar para descobrir o que motivou o crime.
Veja
depoimentos exclusivos de mulheres presas na Penitenciária de Santana
OCIMARA
BALMANT
DE SÃO PAULO
Hoje é dia
de visita na Penitenciária Feminina de Santana, na zona norte. Do lado de fora,
cerca de mil pessoas, muitas crianças, alguns poucos maridos e um número
razoável de mães esperam na fila da revista. Para entrar, os adultos vão
precisar tirar a roupa e os bebês vão ficar sem fraldas, para que o funcionário
tenha certeza de que não há nada ilegal entrando no presídio.
Do lado de
dentro das grades, vivem 2.674 mulheres. Metade delas nunca recebe visita. A
outra metade passou o sábado se preparando. No único dia em que secadores e
chapinhas são liberados, o presídio vira um salão de beleza. Os trabalhos só
param no fim da tarde, quando os cadeados são fechados e cada dupla fica
trancada na cela em que mora.
Marlene Bergamo/Folhapress
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Revista sãopaulo esteve na Penitenciaria Feminina do
Estado, onde entrevistou mulheres encarceradas
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"Morar"
não é força de expressão. É exatamente este o termo que cada uma delas utiliza
ao se referir à cela onde fica, todos os dias, das 17h às 7h da manhã, horário
oficial de fechamento e abertura das trancas da maior penitenciária da América
Latina, que completa 90 anos em 2010.
Obra do
arquiteto paulistano Ramos de Azevedo (1851-1928) projetada exatamente para ser
um presídio, o prédio tem três pavilhões. A divisão não é por tipo de crime nem
por idade, mas obedece à lógica do diretor da penitenciária, Maurício
Guarnieri, 48. "No primeiro, estão as mais perigosas, para ficarem perto
do olho do funcionário. No segundo, bem no meio e mais cercado, coloco as que
mais tentam fugir. No terceiro, ficam as provisórias, que ainda esperam
julgamento", explica.
Com 30
anos de serviço, Guarnieri já dirigiu 12 presídios masculinos e está desde 2007
à frente da unidade de Santana. Além da vaidade feminina, que fez abrir a
exceção semanal ao secador, ele nota outras peculiaridades. "A mulher é
mais provocativa do que o homem. Se alguém vai tirar uma presa da cela, ela faz
cena. Arranca a roupa, se lambuza de xampu e ninguém consegue pegar",
conta o diretor. As tentativas de fuga também são inusitadas. "Não cavam
túneis. No domingo, pintam o cabelo, trocam de roupa com a visita e tentam sair
no meio do povo."
Dentro das
1.409 celas, a profusão de histórias tem quase sempre o mesmo enredo: a maior
parte das mulheres diz que está na prisão por conta dos companheiros. Há as que
foram apresentadas ao crime por eles e as que chegaram ali por terem matado ou
mandado matar o marido. Por ressentimento, carência ou escolha, a prisão também
é um celeiro de relacionamentos homossexuais. Apenas uma minoria se orgulha dos
cônjuges. É o caso das mulheres de Marcola e Andinho, chefes da facção
criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), que estão entre as líderes de
Santana.
No dia a
dia, a rotina de todas é parecida. Sempre ao som de conversas barulhentas, elas
fazem as três refeições na cela, num cardápio que varia pouco do básico arroz,
feijão, salada e carne. Aqueles refeitórios típicos de filme americano, com
mesas longas e todos os presos juntos, não funcionam ali. Na cozinha, que
começa a funcionar às 3h da manhã, trabalham 63 detentas. Até o pão do café da
manhã é feito internamente.
Outras 1.100 detentas são funcionárias de 13 oficinas, onde produzem armação de
óculos, terços, tomadas e pratinhos de festa. Isso além do galpão da Funap, a
fundação de amparo ao preso, de onde saem artesanatos de crochê e madeira.
Marlene Bergamo/Folhapress
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Na foto, roupas estendidas e objetos pessoais no interior dos
pavilhões e das celas ocupadas por várias mulheres
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A fila de
espera por emprego é grande, já que a cada três dias trabalhados a presa
diminui um na pena, e a remuneração mensal chega a R$ 510, o valor do salário
mínimo. O dinheiro fica em uma conta administrada pela unidade prisional e a
maioria pede que parte seja enviada à família --muitas sustentam a casa com o
trabalho na prisão. Outro tanto pode ser gasto com itens como biscoito
recheado, chocolate e cigarro, que são encomendados à própria administração da
penitenciária.
A sãopaulo frequentou
os pavilhões durante uma semana. A seguir, o depoimento de oito mulheres: desde
a que tem a família inteira ali até a que foi concebida dentro de uma prisão e,
23 anos depois, está encarcerada. Na casa das 2.674 mulheres, todas têm uma
história para contar
"Conheci
a Ana na prisão"
Aqui a gente não deixa de viver. Não tem essa de dizer que perdeu tantos anos
na cadeia. Você tem lembranças, conhece gente. Eu, por exemplo, estou presa
pela quarta vez. Na primeira, eu tinha 18. Minha vida aconteceu aqui. Foi na
prisão que eu conheci a Ana, e estamos juntas há seis anos. Ficamos dois anos
livres e aproveitamos para fazer um filho. Foi um óvulo meu gerado nela. Na
primeira tentativa ela engravidou. Era uma época em que estávamos sem usar
droga, mas, assim que soubemos da gravidez, tivemos uma recaída. A gente dormia
na rua, vendia coisas pessoais para comprar droga. O bebê precisou ficar na UTI
e teve problema no pulmão. Quando ela veio presa, dois dias depois eu vim
também. Fui assaltar e dei bandeira na frente da polícia. Inconscientemente, eu
queria ficar perto dela. Nem ficamos com o nosso filho. Um amigo está com a
guarda provisória. No fundo, é melhor. Não quero que ele tenha este começo.
Tenho 32 anos e sou uma sobrevivente do tempo em que era a lei do cão que valia
na prisão. Agora a bandeira branca está levantada. Mas mulher é covarde: a
maldade é cortar o rosto, jogar água quente. Não quer a outra morta, quer a
outra feia. Eu já estou ficando cansada. Parece que eu não tenho o direito de
querer mais nada.
Regina, 32, presa por roubo, pena de 5 anos e 12 dias
"Aprontei
muito aqui"
Vim presa aos 18 anos. Estou com 33 e todos os meus aniversários eu passei
atrás das grades. Cumpri 13 anos direto, saí, fiquei menos de um ano na rua e
voltei. Já morei em todas as penitenciárias femininas, menos em Ribeirão Preto.
Minha pena não era alta, nunca matei ninguém. Vim condenada por roubo. Fui
ficando porque aprontei muito aqui dentro, participei das rebeliões. E tudo eu
aprendi na cadeia. Porque o verdadeiro crime está aqui. Nunca assaltei banco,
não tenho nem arma para isso. Meu problema era o vício, eu assaltava para poder
comprar droga. Abordava as pessoas na rua, usava muito a faca. Eu sabia que não
ia matar, mas a vítima achava que eu podia fazer qualquer coisa e não reagia.
Nunca tirei a vida de ninguém, graças a Deus.
Mirela (nome fictício), 32, presa por roubo, pena de 3 anos, 10 meses e 20
dias
"Cresci
visitando meu pai preso"
Tanta gente tem uma casa, um serviço, filhos. Por que eu tenho que usar droga,
roubar e depois ser presa? Sei lá... Acho que veio no sangue, afinal, fui feita
na cadeia. Minha mãe conheceu meu pai quando ia visitar o irmão dela, que
estava preso. No final, engravidou de mim dentro de uma cela. Sou filha do
Chulapa, superfamoso no mundo do crime. Foi ele quem trouxe o crack para São
Paulo. Cresci visitando meu pai no Carandiru e, quando eu tinha 11 anos, ele
saiu. Não durou um mês na rua e foi assassinado. Eu assisti à morte dele e me
revoltei de vez. Saí da escola, comecei a roubar, a me drogar e não sosseguei
enquanto não vi o fim dos seis caras que o mataram. O último eu mesma matei,
com três facadas. Eu tinha 19 anos. Foi dentro de um hotel, no Brás. Mataram
meu pai para tomar a boca. Mas aquela boca é a minha herança. Quando eu sair,
vou atrás do meu prejuízo. O crack é uma droga que afunda, tira a vontade de
viver. É um mal que veio para destruir, só que o barato é bom, eu não vou
mentir. Quando minha filha nasceu, eu a segurava com um braço e fumava com o
outro. Tanto que, quando fui presa, ela sofreu de abstinência e precisou ser
levada para o hospital. Agora, já perdi a guarda dela. Na verdade, não quero
passar o resto da vida presa. Mas não sei se vou ter força. Eu tenho uma raiva,
um vício. Vi o fim do meu pai, minha mãe tem HIV, tuberculose e cirrose. O meu
final vai ser como? Sair da cadeia, tomar um tiro e morrer?
Márcia, 23, presa por roubo, pena de 11 anos, 8 meses e 13 dias
"Mandei
matar meu ex-marido"
Isto é um submundo. A gente aprende a sobreviver, mas não se acostuma. Se eu me
habituar, perco a referência, que é ao que eu mais tento me apegar nos dez anos
que estou presa. Sou formada em história e era professora universitária. Estou
aqui por ter mandado matar meu ex-marido. Ele machucava meus filhos, chegou a
arrancar a orelha do menor. Eu pedia que as visitas dele às crianças fossem
monitoradas, mas nunca consegui. Não aguentei. Sou homicida? Não. Mataria
alguém na rua? Nunca! Não acho que é certo ou errado o que fiz. Tudo foi
fatalidade. Para não "emburrecer", me tornei professora da Funap, o
que faz com que eu converse muito. Elas me contam porque eu sou como elas, uso
uniforme. Há meninas que se sentem menos presas aqui: lá fora apanhavam do
marido, eram estupradas pelo pai. Aqui se sentem gente. Tenho alunas que
ganharam a liberdade e fazem faculdade. Entraram cruas e saíram com um projeto.
Tenho certeza de que a educação é o único fator ressocializador em um presídio.
Maria Eduarda (nome fictício), 36, presa por homicídio, pena de 38 anos e 6
meses
Marlene Bergamo/Folhapress
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Vista externa da Penitenciaria Feminina do Estado, localizada no
bairro de Santana, na zona norte da capital paulista
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"Dá
medo de como vão me olhar"
Conheci meu namorado na cadeia. Eu trabalho na oficina de óculos, e ele vinha
repor o material. Conversa vai, conversa vem, e aconteceu. Agora só precisa ter
paciência para me esperar sair. Fui condenada por latrocínio e sequestro.
Comecei no crime menor de idade e, quando fiz 18, fui pega logo. Minha primeira
vítima quase tomou o revólver e me deu um tiro. Mas consegui sair com R$ 1.000
e fiquei animada. Depois do primeiro, você não para mais. Já aconteceu de eu
estar num assalto, ter que atirar, e a vítima morrer. Não que eu quisesse
matar. No desespero, você acaba atirando pra tudo quanto é lado. Estou na sexta
parceira de cela. A relação fica muito forte, rolam vários sentimentos. Com
uma, namorei quatro anos, fazíamos planos de ficar juntas lá fora. Mas todo
mundo vai embora, só fico eu. Dá muito medo de sair. Medo não de como eu vou
encarar o mundo, mas de como o mundo vai me olhar. Aqui é uma passagem. É
tenebrosa, mas vai terminar. E depois, como vai ser?
Marelly, 27, presa por tráfico, pena de 43 anos e 9 meses
*
Um
cotidiano dominado pela solidão
Drauzio Varella
Doutor,
cadeia foi feita para homem, disse uma prisioneira no dia em que cheguei na
Penitenciária Feminina, quatro anos atrás. De fato, as leis que regem a conduta
nas prisões femininas são diferentes das masculinas.
Como o estabelecimento da hierarquia é inerente à restrição do espaço físico em
que convivem seres humanos, e os homens são muito obedientes a ela, entre eles
ficam mais claras as relações de domínio e submissão, a estrutura das coalizões
e da organização dos grupos na disputa pelo poder.
Embora nos
presídios femininos também ocorra fenômeno semelhante, não há a mesma
linearidade. As relações são mais complexas porque as detentas operam em rede.
Apesar de muitas vezes dar a impressão contrária, a mulher é sobretudo
contestadora e avessa à submissão hierárquica.
O
cotidiano é dominado pela solidão. Ao ir para a cadeia é separada dos filhos,
abandonada pelo homem, fica mais pobre ainda, mal cuidada e ganha peso por
causa da dieta e do sedentarismo. Nessas condições, quem quer saber de uma
mulher?
Poucas
pessoas, a julgar pelo tamanho das filas nos dias de visita. Até familiares
próximos se afastam. A mãe visita o filho preso durante anos; a filha não
merece a mesma consideração.
A vida
solitária é um convite ao abuso de drogas ilícitas e a relacionamentos
homossexuais que amenizam as agruras do cárcere. Impossível saber quantas
mulheres têm namoradas na penitenciária, mas são centenas.
Ao ganhar a liberdade, sozinhas, com a folha de antecedentes manchada, como
ganhar o sustento dos filhos, que geralmente são muitos?
Drauzio
Varella é médico cancerologista e trabalha às segundas-feiras na penitenciária
de Santana
*
"Minha
família toda está aqui"
Cheguei em setembro do ano passado, numa sexta-feira. Três dias depois, uma
funcionária disse que uma presa nova havia perguntado por mim. Quando soube o
nome, quase desmaiei. Era a minha filha Camila, que passou a dividir cela
comigo. Um mês depois, foi o desespero total. Minha outra filha, Fernanda,
também tinha sido pega. As três por tráfico. Mas eu não sou traficante. Sou
diarista. Eu pegava de um e vendia a outro, só para ajudar na renda. E olha o
que aconteceu. A cadeia virou a nossa casa. A minha família toda está aqui. Não
temos ninguém lá fora. Ninguém para nos visitar, ninguém para buscar um
advogado. Fico sabendo o que acontece porque as vizinhas vêm visitar os
parentes e me contam. Nem a Fernanda eu vejo. Como ela mora em outro pavilhão,
a gente se fala pela janela, aos gritos. Morar com a Camila é bom porque dá
para usar o mesmo sabonete, dividir alguma coisa de comer. A gente também faz
planos sobre ir embora, arrumar serviço. Mas vai demorar. A Camila vai ser a
primeira a sair. Depois vou eu e, por último, a Fernanda.
Luzia (nome fictício), 48, presa por tráfico, pena de 5 anos e 10 meses
"Engravidei
na visita íntima"
Cheguei há um ano e oito meses, quase parindo. Fiquei quatro meses com meu
filho no hospital penitenciário. O lugar é bom. Tem médico a toda hora, a cela
não é trancada e ao lado da pedra [cama de concreto] fica um berço. Conforme os
meses passavam, a dor ficava mais insuportável porque eu sabia que depois dos
quatro meses eu teria de voltar e deixá-lo com o pai. Para ele se acostumar,
parei de amamentar um mês antes. O dia da separação foi terrível. Eu sentia uma
saudade incontrolável, via meu peito cheio de leite. Quando ele vem me visitar,
até me chama de mamãe, mas não fica no meu colo. E eu gostava tanto de dormir
abraçada a ele. Ainda bem que meu marido vem toda semana e traz o bebê a cada
15 dias. É raro receber marido. As meninas dizem que ninguém tem o privilégio
que eu tenho. Tanto privilégio que engravidei de novo, na visita íntima que
dizem que não pode, mas todo mundo tem. Foi planejado. Achei que daria tempo de
ir embora, mas não deu.
Luciana (nome fictício), 25, presa por estelionato, pena de 5 anos, 4 meses
e 13 dias
"Me
chamam de vozinha"
Tenho 77 anos e não tenho ideia de quando vou embora. Se fosse cumprir a pena
inteira, sairia com mais de 80, mas tenho fé nos meus santinhos de que vou
provar minha inocência. Da outra vez em que fui presa, eu guardava a mercadoria
de um traficante, mas desta vez eu não fiz nada. Tenho CNPJ do meu barzinho,
carteirinha de comerciante. Acha que eu ia fazer vergonha para os meus netos?
As guardas são boas, mas ficar aqui é muito ruim. Às vezes, eu vou à escola.
Tentei uma vaga na oficina, mas não consegui. Eles só querem as mais novas.
Fico o dia na cela e uso remédio com morfina para aguentar a dor da cirurgia no
pâncreas. Tomo remédio para dormir e, às 3h, acordo e tomo outro para ficar na
cama até amanhecer. Só continuo viva porque as presas me respeitam, me chamam
de "vozinha". Estou esperando a visita do meu velho. Quando cheguei,
não coloquei o nome dele na lista, porque ele nunca nem tinha pisado em uma
delegacia. Mas agora vou deixar. Coitadinho. Ele bebe e chora de saudade de
mim.
Laura (nome fictício), 77, presa por tráfico, pena de 6 anos
Glossário
barraco: cela
bonde: transferência de um presídio para outro
dar um tiro: cheirar cocaína
dormir na praia: dormir no chão da cela
jumbo: sacola com produtos enviados pela família
levar peguei: apanhar das outras presas
pedalar: falar ao celular
ratear: roubar
subir a cadeia: fazer rebelião
biqueira: ponto de tráfico
Números
60% delas têm entre 18 e 25 anos
56% das detentas são acusadas de tráfico de entorpecentes
60 estão grávidas
2 mulheres ocupam cada cela
2.674 detentas vivem na penitenciária distribuídas em
1.409 celas, ao longo de 3 pavilhões com 4 andares cada um
1.119 presas trabalham na prisão em
14 oficinas
883 é o número de funcionárias da penitenciária
Outros
prédios projetados pelo arquiteto Ramos de Azevedo na cidade
1
PINACOTECA DO ESTADO
Pça. da Luz, 2, projetada entre 1896 e 1900
2 TEATRO
MUNICIPAL
Pça. Ramos de Azevedo, s/ nº. Construído entre 1903 e 1911, inspirado na Ópera
de Paris
3 MERCADO
MUNICIPAL
R. da Cantareira, 306 e 390. Construído de 1926 a 1932
4 CASA DAS
ROSAS
Avenida Paulista, 37. Foi projetada para a filha, em 1928
sábado, 26 de janeiro de 2013
Mulheres
que cumprem pena em cadeias na região de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo)
estão sendo obrigadas a improvisar absorventes higiênicos com miolo de pão
porque o Estado não fornece material de higiene de forma adequada. Entre os
produtos que deveriam ser entregue aos presos estão, além dos absorventes,
papel higiênico, sabonete e escovas de dente, entre outros.
A
informação consta de ação civil movida no último dia 16 contra o Estado
assinada pelos defensores Bruno Shimizu e Patrick Lemos Cacicedo.
A ação
objetiva mudar a situação e indenizar moralmente os presos. A prestação de
assistência material nos estabelecimentos penais do Estado, segundo os
defensores, configura "uma situação de verdadeira calamidade",
especialmente na região de Ribeirão Preto.
Na Cadeia
Pública Feminina de Colina (a 406 km de São Paulo), um dos casos mais
dramáticos, o Estado gastou, segundo o Núcleo Especializado de Situação
Carcerária da defensoria, apenas R$ 3,84 durante todo o ano passado em material
de higiene por mulher detida.
"As
presas tiveram de sobreviver com a entrega de pouco mais de quatro rolos de
papel higiênico por cabeça durante todo o ano. Não foi entregue nenhum item de
vestuário, nenhuma escova de dentes e nenhum absorvente íntimo, o que comumente
faz com que as presas tenham de utilizar miolos de pão para conter o fluxo
menstrual", declaram os defensores.
A
situação, de acordo com Shimizu e Cacicedo, se repete nas cadeias femininas de
Ribeirão Preto, Viradouro (398 km de São Paulo), Pradópolis (315 km de São Paulo),
Altinópolis (333 km de São Paulo), Cajuru (298 km de São Paulo) e Santa Rosa do
Viterbo (283 km de São Paulo).
Risco de
infecção
Segundo o
médico Vicente Renato Bagnoli, 69, vice-presidente da Sociedade Brasileira de
Obstetrícia e Ginecologia da Infância e Adolescência, as presas correm o risco
de contrair uma infecção com a prática de improvisar miolo de pão como
absorvente.
"O
miolo é matéria orgânica. Ele se degrada e pode gerar infecção", afirma. O
ideal, segundo o ginecologista, é usar absorvente, mas, na falta, a proteção
contra o fluxo menstrual pode ser feita com panos que possam ser
reaproveitados, "como faziam as mulheres no passado".
O problema
atinge também os presídios masculinos, mas, nos presídios femininos, dizem os
autores da ação, "as necessidades são mais específicas". Os presos
masculinos também têm oferta precária de material de higiene, segundo a ação.
A falta
dos itens básicos fortalece, dizem os defensores, as facções criminosas dentro
dos presídios, das quais os presos acabam se tornando "reféns".
Existem na região de Ribeirão Preto nove unidades prisionais controladas pela
SAP (Secretária de Administração Penitenciária) e 12 cadeias públicas sob a
responsabilidade da Secretaria de Estado da Segurança Pública. A população
carcerária na região, entre homens e mulheres, é de aproximadamente 10.000
detentos.
Os
procuradores decidiram investigar a questão da precariedade na distribuição de
material de higiene devido às inúmeras reclamações que recebem de famílias de
detentos.
Eles pedem
que o Estado solucione a situação imediatamente, indenize os presos em um
salário mínimo (R$ 678) por mês de aprisionamento e meio salário mínimo (R$
339) por mês de aprisionamento às famílias dos presidiários.
Outro lado
Em nota, a
Secretaria de Administração Penitenciária informou que vai editar uma resolução
para padronizar a compra e a entrega de itens básicos de higiene aos presos.
Até as
17h30 de quinta-feira (24), a Secretaria da Segurança Pública não respondeu à
solicitação de informações sobre o assunto enviada pela reportagem do UOL.
FIQUE DE OLHO - OS FATOS DO COTIDIANO DESMENTEM A PROPAGANDA OFICIAL
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Pai foi morto com requintes de crueldade pelo
próprio filho em 2012
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Após um ano de investigações dos
agentes da Delegacia de Crimes contra a Pessoa (Homicídios), policiais civis
descobriram a participação de Alex Neves Pessoa, 26 anos, no assassinato do
próprio pai, o policial militar Epitácio Pessoa Fontes. Alex foi preso por
força de mandado de prisão nesta terça-feira (22) acusado de ser o mentor
intelectual do crime, cujos outros três autores imediatos foram presos no dia
13 de janeiro de 2012, data em que o sargento reformado da Polícia Militar da
Paraíba foi assassinado.
Segundo o delegado titular da
Homicídios, Everaldo Medeiros, o corpo da vítima foi encontrado próximo a uma
casa de festas no bairro do Altiplano Cabo Branco. “A sociedade ficou comovida
pela forma bárbara como o sargento foi executado: sufocado por sacos
plásticos”, lembrou a autoridade policial. No mesmo dia do fato, a Polícia
Militar prendeu em flagrante Abelardo Lima Leite e Ailton Galdino Bernardo,
quando tentavam ocultar o cadáver da vítima. Logo depois, foi preso Cristian da
Silva Malheiro Carvalho, também autor do crime.
“Restava saber quem seriam os autores
intelectuais do delito. Após investigações e através de medidas cautelares
judiciais requeridas pela Polícia Civil, verificou-se que o filho da vítima
mantinha contatos com os assassinos de seu pai e que havia planejado e
orientado a execução”, explicou o delegado Pedro Ivo, titular do inquérito.
Segundo Everaldo Medeiros,
imediatamente após o deferimento do pedido cautelar pela 2ª Vara do Tribunal do
Júri da Capital, uma equipe de policiais civis foram realizar a prisão de Alex.
“Destacamos a importância da prisão e reafirmamos o comprometimento dos
policiais que compõem os quadros da Delegacia de Homicídios da Capital no que
tange à redução de Crimes Violentos Letais Intencionais, os crimes contra a
vida”, frisou Medeiros.
FIQUE DE OLHO - A PROPAGANDA OFICIAL NÃO CONSEGUE DESMENTIR OS FATOS DO
COTIDIANO
Um crime
com requintes de crueldade foi registrado na noite desta quinta-feira (24) na
Comunidade Nova República, no bairro do Ernesto Geisel, em João Pessoa. A
vítima, identificada como “Carioca”, foi apedrejada até a morte dentro de casa.
O crime aconteceu na rua Marli Vieira da Silva.
De acordo
com a polícia, três homens entraram na residência da vítima e o agrediram com
pedras. Para finalizar o crime, um dos homens desferiu um golpe na cabeça de
‘Carioca’ com uma panela de pressão.
Testemunhas
informaram à polícia que ele tinha chegado recentemente do Rio de Janeiro. A
polícia realizou buscas, no entanto, ninguém foi preso.