Sou
estudioso do fenômeno segurança e acompanho com espanto e incredulidade a
miopia dos seus gestores em nosso Estado, digo eu, mas creio que toda a
população esclarecida encontra-se decepcionada, pois aguardávamos um verdadeiro
choque de gestão, porém nos parece que tudo se encontra como dantes, sem
qualquer novidade no “modus operandi” de gerir a segurança na Paraíba.
Atualmente
os países se formam em blocos regionais, a sociedade se organiza em rede e a
segurança não pode ser diferente, já se foram os tempos de isolamento e de
autoritarismo que nada resolveram, retirem suas fardas, seus paletós
encomendados e façam o que abaixo anemicamente sugerimos.
Temos
plena certeza que faltam projetos, propostas, planejamento, e o choque de
gestão já poderia ter ocorrido, se os gerentes da segurança pública no Estado
tivessem procurado os municípios e proposto o seguinte:
Os
municípios podem, a lei não proíbe, que coloquem câmeras nas principais
artérias e periferia da comuna, vez que vigiariam o próprio patrimônio público
e serviriam de fonte de dados para as polícias, bem como, com o apoio da
própria área de segurança, seriam criadas em todas as urbi a guarda municipal,
hoje existentes apenas em algumas.
E
mais, temos dito que segurança pública exige uma visão holística, não somente
de prender e outros atos de repressão, mas segurança significa conversar com as
outras áreas de governo, a exemplo de educação, esportes, cultura e saúde e
junto aos municípios viabilizarem por parte destes, as mais variadas políticas
públicas, como por exemplo: calçamento de comunidades carentes (favelas), já
que a urbanização e isto é fato, afugenta o tráfico de drogas, a iluminação
pública em toda a cidade e mais intensa naqueles núcleos mais violentos deve
ser uma preocupação constante, por ser também causa de expulsão do crime. O
fora da lei atua em áreas de difícil acesso às forças de segurança.
Mas
a construção de quadras de esportes, de espaços para atividades esportivas e
culturais, isto tudo em nível de municípios, tem uma importância inavaliável
para o combate à violência e isto ainda não foi captado, devido à miopia
daqueles que deveriam apresentar à Paraíba e aos paraibanos uma gestão de
segurança renovada, antenada com os anseios dos cidadãos hodiernos e que
pudesse chocar, no bom sentido a todos nós, demonstrando uma nova forma de se
fazer segurança, mas para isto necessita-se de homens que vêem muito longe e
não de míopes que enxergam apenas o óbvio, o 1, 2, 3, 4 dos quartéis e a
instauração do devido inquérito nas delegacias, isto é muito pouco, o mundo
avançou e não tolera mais gestores assim Senhor Governador.
E
o combate às drogas, qual o projeto apresentado? Os municípios poderiam ter
centros de reabilitação de dependentes químicos, e sendo demasiadamente
complexo e custoso o tratamento, que existissem esses núcleos de tratamento a
nível regional, mas cadê? O responsável por essa área pouco fala ou falou,
depois que verberou que uma boate de pomposos era antro de consumo de drogas,
calou-se, sumiu, silêncio tumular nessa área, exigindo mexida, por isso disse
anteriormente, que as mexidas no setor de segurança foram incompletas, com
sérios prejuízos para a população.
Os
municípios poderão entrar nessa luta, mas os gestores da segurança precisam
possuir olhares para essa temática, não devem desconhecer que 57% dos eleitores
(em João Pessoa) tem como preocupação maior a segurança e com vontade,
humildade, pés no chão e acreditando nesse jeito novo de se administrar, devem
os gestores dessa área de governo tão sensível, saírem dos seus gabinetes e
eles próprios, sem prepostos, se dirigirem a todos os prefeitos e chamá-los
para formarem uma grande parceria, com o desencadeamento de ações
paradigmáticas das acima sugeridas e tenho a mais plena de todas as convicções,
serão apoiados pela maioria, basta colocar o peso de suas pastas e do
governo e a cosia vai, mas para tanto, precisam realizar a cirurgia refrativa
para correção da falta de visão administrativa e se tivessem humildade, o
melhor mesmo seria ceder o lugar para quem tem boa visão ou já se submeteu a
operação de correção da miopia intelectual, da arrogância e da falta de
competência para gerenciar tão importante setor de um governo.
Por
Dr. Marinho Mendes
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