ENQUANTO
O POVO DA PARAÍBA CURTIA LUÍZA, EU PENSAVA NO NOSSO TCE.
Humildemente,
enquanto parte do nosso povo se encontrava mergulhado nas trevas da mais fútil das
discussões, eu pensava sobre o nosso Colendo Tribunal de Contas do Estado da
Paraíba, inclusive cheguei mesmo a colocar em dúvida se aquela Corte de Contas
é mesmo um tribunal, senão vejamos.
Para que fosse um tribunal, teria que ter uma carreira própria, ou seja, teria
que ter Conselheiros de Primeiro Grau, onde cada um analisasse as contas dos
órgãos que fossem colocadas ao seu sapiente visto e a corte funcionaria como
tribunal de revisão, quando provocado.
Também não pode ser tribunal, se um dos seus Conselheiros se averba de suspeito
e de imediato não é colocado um substituto para julgar em seu lugar, retornando
a formação da corte. Não pode ser tribunal de julgamento, pois, imagine se
todos os sete dissessem em determinado julgamento que são suspeitos ou
impedidos? Como ficaria? Se os nobres Conselheiros não possuem substitutos, ou
melhor, se a maioria dissesse que por isto ou por aquilo, não se sentiam aptos
a julgar. E aí, me respondam!
Não é tribunal porque tribunal é poder independente, é judiciário, então como
pode assim se denominar de TRIBUNAL, se a lei das leis ecoa que o TCE é órgão
auxiliar do Poder Legislativo?
O Tribunal de Contas não possui órgão de controle externo e aí para quem pensa
em coisas importantes, mais duas indagações: Suas decisões são irrecorríveis?
Se não existe uma corte superior para onde os descontentes possam recorrer.
Quem é que controla o Tribunal de Contas, existe, a exemplo do Poder Judiciário
e do Ministério Público Conselhos Externos de Controle dos seus atos?
Essas contradições dão azo a uma desgraça que tenho visto no Judiciário,
verdadeiros bandidos, abjetos escroques, corruptos despudorados e
exibicionistas, criminosos de todos os naipes, ao se serem denunciados
formalmente em processos criminais, comprarem testemunhas e sumirem com outras,
esconderem e destruírem provas, simularem contraprovas e outras diabruras
próprias dos mais temíveis marginais, obterem uma absolvição e baterem no peito
dizendo-se inocentes, isto da forma mais cínica, mais hipócrita, mais safada,
pois até fazem caras de sério e estufam o tórax para proferir tão pesadas
ofensas aos seres pensantes.
Parece-me que sem Controle Externo, Sem uma carreira, sem substitutos para
suprirem os suspeitos ou impedidos, corremos esse grande risco, o de políticos
corruptos, violadores de todas as leis, desde a lei mãe até a de
responsabilidade fiscal na seara cível e toda a legislação penal, ostentarem um
parecer pela aprovação de suas manchadas, emporcalhadas, mentirosas, enganadoras,
fictícias e publicamente desacreditadas contas, dizendo-se o mais imaculado de
todos os homens, isto da forma mais sarcástica e desprezível, própria desses
homenzinhos, como diz Erasmo de Roterdã, que se acham donos de tudo e
acima do bem, do mal e das leis.
Na verdade senhores, descobri enquanto Promotor de Justiça, que um SIM de um
bandido e de um político suspeito significa NÃO, que uma absolvição ou um
parecer pela aprovação de contas, significa CONDENAÇÃO OU REPROVAÇÃO DE SUAS
MALFADADAS CONTAS,que a sua exclamação de que SOU INOCENTE, é a mais cristalina
confissão de que é CULPADO.
Então, Aqui fica a minha súplica aos Parlamentares Federais da nossa Paraíba,
independentemente das suas ideologias, se é que isto ainda existe hoje em dia:
APRESENTEM UMA EMENDA CONSTITUCIONAL CRIANDO O CONTROLE EXTERNO DOS TRIBUNAIS
DE CONTAS (PEC DOS TCEs), ou então, também serão culpados por debates miúdos e
chocantes em esterilidade como o de Luiza e pela perpetuação dos
avançadores, dos assaltantes da “res pública”, da consciência e da vergonha do
nosso povo, os quais descaradamente ainda ostentam como bem sabem fazer,
mediante fraudes, certidões de boa conduta e de inocência fornecidas por nossos
mais altos órgãos de contas.
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