Meus caros paraibanos, como Promotor de Justiça em
várias cidades interioranas, já percorri o Sertão, o Cariri, o Brejo, a Zona da
Mata, a Região da Borborema e o Curimataú, ou seja, conheço de perto as
carências do povo da minha mãe e estimada Paraíba, terra que me acolheu há 30
anos sem nenhum preconceito, nunca fui vítima do menor constrangimento por
parte de um paraibano, muito pelo contrário, sou acolhido com amor em toda
parte por onde passo, o nativo deste Estado não possui fobia ao de fora, ao
estrangeiro, ao peregrino, ou seja, não é xenófobo e por isto mesmo sei o que
as pequenas cidades afastadas do mar necessitam e sei mesmo, pois acompanho dia
a dia o sofrimento dos sem nada, dos excluídos, dos desvalidos da sorte e do
destino inglório, dos que passam à noite com fome, isto mesmo, com todas as
ajudas governamentais ainda temos faminto nesta Paraíba de Deus e sei o que
suas cidades necessitam, pois, desde os seus nascedouros, foram vítimas de maus
administradores, que jamais mereciam o honroso título de prefeito, de
gestor, de alcaide, de condutor dos destinos de uma cidade e de seu povo.
E
o que nossas cidades de todas as regiões, de todos os recantos, pequenas e
médias necessitam é primeiramente de amor, de entendimento, de solidariedade e
do mais agudo respeito, para elas e para seus caríssimos filhos, naturais e por
adoção. Sei que em ano de eleição as pessoas perdem todos os freios e
contrapesos e numa encenação dantesca, do mais chulo, bufa e tristonho teatro
de opereta, voltam aos tempos do apocalipse, ou seja, cem anos depois da morte
de Jesus e como descrito por João, se transformam em leões sem razão e
raciocínio, em bois dominados pela cordinha amarrada na argola que trespassa a
venta, em homens opressores dos seus próprios chegados e daqueles em cujas
veias correm também o seu sangue, tornando-se desafetos com ofensas
amesquianhadoras a quem as fazem e a quem as recebem, já que liliputiana é a
infeliz iniciativa de agredir por uma paixão insana e vergonhosa,a paixão cega
do partidarismo sem projetos, cujo resultado que temos visto até
hoje, é o mais vil, tocante e vergonhoso atraso das comunas, e que nessa
eleição, minhas irmãs e meus irmãos do interior, de todas as cores, de todas as
religiões, de todas as torcidas, não sejam bois e não corram em passeatas, em
carreatas e outros atas, atrás de pessoas cujo desiderato maior é o projeto
pessoal, é o projeto familiar, já que míope de propostas, de projetos, de
idéias para melhoria da qualidade de vida do seu povo, afunda a cada quatro
anos os nossos sonhos, o idealismo de vermos nossas cidades no cenário das
Urbes respeitadas da Paraíba.
O
que as cidades longe da praia necessitam, em termos de infra-estrutura e
qualidade de vida é: esgotamento sanitário com lagoas de tratamento, coleta
seletiva de lixo com locais próprios para armazenamento, conservação das
antigas fontes d’água, com execução de projetos com calçadões para realização
de caminhada, construção de quiosques e playground em redor desses lagos que
são a identidade de muitas delas. Essas fontes de água mataram a sede dos
primeiros habitantes, serviram para cozinhar suas comidas, lavar suas roupas e
saciar também a sede dos seus animais, então, nada mais justo do que saldar
essa dívida com a mãe natureza que geme em dores de parto, revitalizando
fontes, agora com calçadões, quiosques, jardins e brinquedos infantis, já tô
ajudando pensar um pouco no terceiro setor, o indispensável turismo, porque não
pensar na construção de um santuário, de uma área de lazer para os seus
habitantes?.
Sim,
mas o que nossas pequenas e médias polis necessitam senhoras e senhores não é
de ódio, de divisão do seu povo, chega de tamanha agressão ao próprio criador
que dizemos amar, elas precisam de um programa de geração de emprego e renda,
elas necessitam das casas do produtor (CASA DA MANGA, CASA DA CASTANHA, CASA DA
LARANJA, CASA DA BANANA, CASA DA TAPIOCA, DA PAMONHA, DO PEIXE ETC.) cada uma
em sua vocação, ao seu modo, com a prefeitura financiando produtores e
compradores das frutas, das verduras, dos legumes, dos mantimentos, é, seria a
criação do Banco do Povo da Cidade, para emprestar dinheiro a essas pessoas que
se estabeleceriam como pequenos empresários na casa da fruta ou da iguaria que
cada uma produz, pois elas de tudo dão, a exemplo de suco, vitamina, doce,
picolé, sorvete, bolo, licor, vinhos e outras iguarias, basta chamar o SEBRAE
que ele capacita esses pequenos ou micros empresários.
Chega
de correr atrás de obtusos e aventureiros, já que urgentemente nossas cidades
necessitam de uma política agrícola, com irrigação por gravidade, gotejamento,
canos, pivôs e outras tecnologias, com inovação também em outras culturas de
época, as quais poderão continuar gerando renda após a safra do milho, do
feijão, do inhame, da mandioca, que deverão também ser incentivadas com
orientação técnica, gratuidade no corte da terra, distribuição de sementes e
outras políticas públicas, a exemplo da compra da safra produzida pelos
agricultores locais e distribuídas com a própria população carente.
Mas
precisamos de políticas públicas onde sejam criados espaços, como ginásios,
estádios, quadras poliesportivas, teatros, anfiteatros, A CASA DA CULTURA, A
CASA DO ARTESÃO, onde a juventude do interior possa aprender todos os tipos de
esportes, música, tocar instrumentos, dança, folclore, artes cênicas e tenho
certeza, salvaríamos muitos dos nossos que tem morrido vítimas do alcoolismo e
da droga, simplesmente por falta dessas políticas públicas.
Já
que em conhecimento nos destacamos, porque não investir numa educação
revolucionária, com projetos segundo tempo, onde o estudante estudaria
normalmente num turno e no outro teria reforço, além do aprendizado de cultura
e esportes. Mas será que as pessoas que vocês vão ocorrer atrás, num triste
espetáculo retardatário e obsoleto entendem disto ai, ou só pensam nos bons
restaurantes da capital? Será que essas pessoas que vocês como bois correrão
atrás e brigarão por eles com seus vizinhos, seus irmãos, seus parentes são
daqueles que andam com o talão de cheques da prefeitura no bolso? Guardam os
veículos da edilidade em suas casas e ainda prometem nomear, numa infame e
criminosa enganação àqueles despossuídos de consciência? Se for assim, de nada
servirão meus simples escritos.
E
a saúde, esta dedicarei um capítulo à parte, pois se a saúde daí do interior
ainda for uma ambulância desequipada transportando nossos irmãos para João
Pessoa e Campina Grande, numa extremada violência e ataque à cidadania do
próximo, então de nada valerá minhas mal traçadas linhas, tudo, sem dúvida
alguma, como diziam os antigos desses lugares: É VERO, TUDO CONTINUA COMO NO
TEMPO DE APOCALIPSE, AINDA SOMOS LEÕES, AINDA SOMOS DÓCEIS E OBEDIENTES BOIS
SEM RACIOCÍNIO e tome atraso.