Os
CONTADORES DE MORTES não param sua marcha fúnebre e cadavérica, esses painéis
gigantes que devem ser colocados nos pontos mais movimentados de todas as
cidades paraibanas não param a sua cadência frenética e assombrosa, às vezes
seus ritmos até diminuem, mas voltam a correr em enlouquecida e desarrazoada
velocidade, expondo à Paraíba, este Estado prenhe de coisas boas e habitado
pela melhor das gentes, como uma província sangrenta e seus habitantes como os mais
terríveis e sanguinolentos dos sicários, mas eles, os gigantes e temíveis
CONTADORES DE MORTES também mostram para o mundo a falta de uma política de
segurança pública em nosso Estado, de um projeto eficaz de combate à violência.
E como gerar conforto, segurança e qualidade de vida para os paraibanos com um
bom projeto de segurança pública? É só planejar e planejar, e dentro deste
planejamento ético, responsável e comprometido, não podem faltar as chamadas DELEGACIAS
E DESTACAMENTOS DE FRONTEIRAS, visando combater todo os tipos de delitos, desde
o tráfico ilegal de drogas, de armas, de seres humanos, mas principalmente, uma
das piores chagas que arrebentam o corpo e a mente saudável dos
paraibanos de bem, A ROUBALHEIRA DESALMADA E REVOLTANTE DA SONEGAÇÃO FISCAL.
A falta de DELEGACIAS DE FRONTEIRAS permite o inaceitável, aquilo que os
cidadãos de bem odeiam: O enriquecimento de pústulas humanas, que logrando os
desvios de estradas de terra que cortam canaviais e matas da nossa querida
Paraíba, atravessam cargas e mais cargas sem notas, sonegando impostos que
salvariam vidas, que saciariam a fome, que tirariam das trevas milhares de
analfabetos, que não permitiria a infeliz e lastimosa ferida da prostituição
infantil.
Estou Promotor na cidade de Jacaraú, fronteira com o Rio Grande do Norte e como
permaneço atento às coisas da Promotoria de Justiça, vislumbro com desgosto e
profunda revolta, sempre a partir das 23h00, o tremendo aumento do tráfego de
caminhões carregados, cortanto a Paraíba sem DELEGACAIS E DESTACAMENTOS DE
FRONTEIRAS, SEM POSTOS FISCAIS em busca do Rio Grande do Norte ou em demanda da
Paraíba, sem dúvida alguma SEM NOTAS e aumentando a conta dos CONTADORES DE
MORTES.
Já suplicamos por providências duas vezes em prolixos, porém detalhados
expedientes ao Secretário das Finanças ou Fazenda e ao Comandante Geral da PM,
rogando pela instalação de UM PELOTÃO DE FRONTEIRA EM JACARAÚ, mas eles nem
sequer tiveram a delicadeza de responderem aos meus cansativos apelos.
Ao Secretário de Segurança me nego a dirigir qualquer chamamento ou sugestão,
pois na Delegacia de Jacaraú, a sede da comarca, o delegado só comparece nos
plantões e bem apressado, enquanto nas cidades termos de Pedro Régis, Lagoa de
Dentro e Curral de cima não existem esses representantes do Estado.
Até em alguns momentos tenho a sensação que eles não estão nem aí para os
CONTADORES DE MORTES, já que a inexistência ou existência de frágeis
fiscalizações fazendárias e de segurança pública, com destacamentos policiais
desestruturados, cujo efetivo somam de um a três homens, demonstram esta triste
constatação.
Ilustrados chefes da segurança, há três mil anos, entre Egito e Israel, a cada
doze quilômetros já existiam barreiras compostas de pelo menos quinze legendários
que faziam de tudo, até prender as pústulas sonegadoras e cujos resultados na
marcha renhida dos CONTADORES DE MORTES eram visíveis, para orgulho dos seus
patrícios