segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A Teoria dos Campos e a Construção da Imagem Dentro da Administração - por Marinho Mendes Machado

Pierre Bourdieu, em momento de extrema fecundidade intelectual, pensando em expulsar o conhecimento para além da "casa dos sábios", a chamada "academia", criou a Teoria dos Campos e explicando de forma lapidar a sociedade em suas interações cotidianas, dividiu-a em campos, destacando-se os CAMPOS INTELECTUAL, CULTURAL, ESPORTIVO, ECONÔMICO, COMUNICAÇÃO e SOCIAL, mencionando que para pertencer a um desses campos você terá que ter obrigatoriamente capital relativo aos mencionados campos, você tem que ter cultura, conhecimento, dinheiro, etiquetas etc., inclusive, você dificilmente participará de mais de um campo, precisa ter muito capital para ser ao mesmo tempo intelectual, rico material e culturalmente, além de ser refinado nas etiquetas sociais, bom nas quadras de tênis e entender a linguagem simbólica e poderosa da comunicação.

Pois bem, como observador do fenômeno da imagem, tenho observado dentro da gloriosa administração pública o esforço de alguns personagens na criação de uma imagem, em muitos casos, conseguem criar falsas ou pseudo-imagens, ao criarem uma enganosa simbologia daquilo que não são e por isso mesmo, essas imagens são transitórias, efêmeras, já que o CAMPO INTELECTUAL não tolera quem não tem capital, quem tenta enganar com falsos conhecimentos, com decorebas de determinados temas, que o intelectual percebe de logo que o marketeiro, se assim podemos cognominá-lo, encontra-se apenas na superficie, sem raízes profundas ou embasamento teórico e filófico sobre a matéria, é apenas um enganador, então ele será expulso do campo e sua falsa imagem entrará para o folclore dos integrantes do campo.

Impossível para mim, por exemplo, integrar o campo social, não tenho nenhum capital para tanto, não consigo distinguir os sabores de vinhos, não manejo com perícia os garfos e taças, e sofridamente aprendir a manejar os hashis, além de ignorar a utilização da prataria e copos finos de dentro para fora ou de fora para dentro de acordo com sua distribuição na mesa e recomendação do cardápio, além de ser retardatário em gentilezas do tipo puxar cadeiras para a companheira e beijar mão, além de outras regras recomendadas pela etiqueta, então nesse campo colega, mesmo que você tenha capital em outros campos não se atreva neste, ele é profundamente cruel e desumano, que o diga a emergente carioca Vera Loyola que possui capital econômcio mas nesse aí é profundamente marginalizada, não é e nunca será aceita, de modo que se você estiver frequenatndo tais lugares, fique ciente, você nunca será bem vindo ou ido alí, e todos estarão lhe controlando, ou seja, de olho em você e nas suas gafes, e aí eu sou consciente, se o Procurador Geral por exemplo e os que possuem esse capital me chamassem um dia para lhe fazerem companhia num acontecimento promovido por um colunista social eu daria uma desculpa e não iria, não tenho capital para participar desse campo, mas às vezes se percebe pobres diabos forçando à barra, até uma foto em coluna social conseguem, mesmo que seja para servir de troça para aqueles que realmente possuem esse capital.

O capital econômico é o poder da acumulação, então, como é que você que é funcionário público poderá captar capital nesse campo para pertencer ao ciclo dos chamados ricos, dos empresários, industriais, investidores, nesse campo aí, não tem vez para calsse média, ou você tem, ou nunca será aceito nesse campo, você pode até se relacioanr esporadicamente com alguém do grupo, mas nunca será aceito pelo campo, são as regras do jogo.

Ah, no campo da cultura, aí é que a coisa é complicada, esse campo não suporta penetras e nem aproveitadores, é profundamente exigente, de uma certa forma, possuo um certo capital nesse campo e sei das dificuldades de quem pensa em adentrar nele, primeiramente, porque muitos misturam conhecimento com cultura e essa é a primeria repulsa dos membros do campo cultural, ter cultura, não significa ter conhecimento, ser intelectual, uma coisa é uma coisa, uma coisa é outra coisa, o ideal seria você pertencer aos dois campos, mas até que um suporta o outro, há uma boa relação entre o campo cultural e o intelectual e como observador, percebo que temos poucos membros com capital cultural. Me lembro de quando estudei antropolia e verifiquei que cultura são as criações do povo, das comunidades, nas artes em suas variadas formas, na religião, e especialmente no folclore, ou seja, o homem precisa de fugas, de fuga do trabalho, do stress, da correria e nada melhor do que criar a cultura para se divertir, nem só de arroz e feijão vive o homem, e como cada região é uma criadora de diferentes artes, temos uma admirável diversidade cultural.

Então amigo, não adianta você dizer que faz, que sabe, que é isso, que é aquilo. Relembre-se, os campos são exigentes e não suportam maquiagens, em vez de você encontrar tempo para visitar gabinetes na capital e abusar da boa educação dos que trabalham e fazem a adminsitração superior, tente acumular algum capital em algum campo, não seja estelionatário de sua própria pessoa, ou senão, você precisa de tratamento urgente, já que existem pobres homenzinhos e mulherzinhas (Erasmo de Roterdan) que viraram patológicos, acrediatm realmente que sabem e que fazem e ainda que temporariamente, constróem uma imagem, aliás uma falsa imagem, um enganoso poder simbólico, que por ser mentirosa, só deporá em desfavor de sua história, de sua medíocre, caritativa e fingida biografia.

Ah, para fechar, essas peças são tão ignaras, que ajudam a fabricar uma imagem ruim de colegas que não lhes são gratos ou lhes causam inveja, cuidado, quando um desses maldizentes (mesmo com a capa da pseudo-imagem) tentar passar uma imagem negativa de um companheiro, primeiramente investigue se as informações trazidas são verdadeiras ou quem lhes transmite é um boateiro, uma vez que o seu interlocutor pode ser o salafrário que finge trabalhar, que diz que traz o céu e a terra para as comunidades que deveriam ser assistidas por suas caríssimas e solenes funções, mas que na verdade são ilusionistas, já que seus feitos são desconhecidos pelas comunas, a urbe muitas vezes lhes consideram figuras abjetas e descartáveis, e que na verdade são mágicos e iconoclastas, o que sabem é enrolar, falsear e deporem contra os que possuem capital.

Concluindo, fiquem de olho em sua IMAGEM e perguntem: QUAL O MEU CAPITAL, QUAL O MEU CAMPO e me respondam se no esplendoroso parquet paraibano existem esses atores de ópera bufa ou no máximo "bobos da corte?

Fonte: apmp.org

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.