Eleições
2014
Estamos às vésperas das eleições. Em
tudo aquilo que se consegue escutar, tanto no âmbito nacional como no âmbito
dos estados, não se visualiza perspectivas de um futuro promissor.
Nos debates existem ataques pessoais;
além disso, se procura elencar o que foi feito pelo próprio candidato ou pelo
partido, mas não aparece uma proposta politica de governo e muito menos ainda
de estado. As promessas são as mesmas e, muitas vezes, totalmente fora do
alcance e das competências administrativas. Os discursos não vazios, estéreis e
enfadonhos. Insuportáveis.
Aparecem pessoas que se candidatam
sem nenhuma vocação politica, por isso, não temos lideranças uma vez que os
filhos e os netos, necessariamente, vão entrando para manter a hereditariedade.
Nesse momento os defuntos são regatados para dar nome aos novos que entram sem
nenhuma trajetória e sem carismas. Politica é sinônimo de profissão para muitos
candidatos.
O povo passa a ser muito valorizado e
se deixa enganar pelas falsas promessas. Estou numa pequena cidade do interior
da Paraíba com 18 mil habitantes. O povo daqui se tornou querido, inteligente,
capaz e muito visitado. Tempo de eleição é tempo de hipocrisia, de mentira, de
sorrisos largos, de abraços falsos, por um curto tempo. Parece que estamos numa
novela ou numa peça de teatro.
Um dado extremamente preocupante para
nós que fazemos a pastoral carcerária nos estados do Brasil: não se tem
conhecimento de uma proposta para a realidade prisional. É como se nos próximos
quatro anos, a gravíssima realidade prisional não fosse um desafio a ser
enfrentado. Com tantos debates, em nenhum deles, a não ser que eu esteja
desinformado, veio átona essa realidade.
Penso que nessas eleições os políticos
esqueceram que as famílias que sofrem com as práticas autoritárias e desumanas
desses governantes, também votam. Como se fala em Segurança Publica, em
Educação, em Saúde, sem pensar nas masmorras, nos campos de concentração, nas
senzalas dos tempos modernos de nossos estados?
É escandalosa e vergonhosa a situação
e se torna muito mais ainda com o silêncio covarde de quem está se propondo a
assumir essa realidade sem pensar nela, sem propostas e sem compromissos.
Gostaria de recordar aqui algumas
perguntas que o papa Francisco recomenda a quem quer fazer um bom governo:
"Não se pode
governar o povo sem amor e sem humildade. E todo homem e mulher que assume um
cargo de governo, devem fazer estas duas perguntas: ‘Eu amo o meu povo para
servi-lo melhor? Sou humilde e dou ouvidos a todos, ouço várias opiniões para
escolher o melhor caminho? ’. Se estas duas perguntas não forem feitas, não
será um bom governo. O governante, homem ou mulher, que ama seu povo, é um
homem ou uma mulher humilde".
Nestas perguntas do
papa aparecem também os critérios que devemos usar diante da urna e da nossa
consciência. Na verdade o papa põe elementos diante dos quais devemos nos
posicionar.
Vamos acompanhar todo
esse processo tendo diante dos olhos uma palavra do Evangelho: “Portanto,
pelos seus frutos os conhecereis.” Mateus 7,20.
pebosco@gmail.com
Veja alguns textos:
http://apalavraecomoachuva.blogspot.com/
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