quarta-feira, 25 de julho de 2012

Candidatos a prefeito de Bayeux assinam termo de compromisso com MP


A Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente de Bayeux e o Ministério Público da Paraíba, através da promotoria da infância e juventude que tem à frente o Dr. Marinho Mendes, realizaram nesta quarta-feira (25), na Câmara Municipal de Bayeux, uma solenidade em que os oito candidatos a prefeito assinaram um termo de compromisso prometendo cumprir os 22 itens de políticas públicas previstos no documento e que são voltados à criança e ao adolescente da cidade.

A cerimônia foi presidida pelo promotor Marinho Mendes. O ato é parte integrante das comemorações dos 22 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente e já foi realizado em João Pessoa, Lucena e Santa Rita, tendo todo apoio do Ministério Público Estadual e da Coordenaria da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça, através do Dr. Fabiano Moura de Moura. Todos os candidatos foram avisados através de ofício e confirmaram presença.
A candidata a prefeita Sara Cabral (Democratas) foi representada pelo seu vice, vereador Cariolando (PSDB). Participaram ainda Fofinho (PPL), Dr. Vanildo Caetano (PSC), Jonatha Souza (PMDB), Dr. Raimundo Dentista (PRP), Expedito Pereira (PSB), Rodrigo Alves (PSOl) e Gutemberg Lima (PTN).

Os compromissos do termo

COMPROMISSO 1 – garantir condições efetivas para que o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Bayeux (CMDCA) elabore e controle a execução da Política Municipal de Atendimento aos diretos de crianças e adolescentes, tomando como referência, o diagnóstico da situação da criança e do adolescente;
COMPROMISSO 2- Assegurar recursos no ORÇAMENTO MUNICIPAL para as políticas públicas voltadas à infância e adolescência, tendo como base o diagnóstico da situação da criança e do adolescente no município, realizado com a participação do CMDCA, conselho tutelar e sociedade civil organizada.
COMPROMISSO 3 - Assegurar que as escolas realizem o trabalho educativo na perspectiva do Plano Nacional de Educação em Direitos Humano e do Plano Nacional de Educação (2011-2020), considerando, outrossim, o cumprimento do que determina o Artigo 32, § 5º da LDB – 9.394/1996, acerca do dever de incluir temáticas sobre direitos de crianças e adolescentes, com base no ECA/1990.
COMPROMISSO 4 - Garantir instituições de educação infantil para todas as crianças de 0 a 5 anos de idade
COMPROMISSO 5 - Garantir espaços de profissionalização de adolescentes
COMPROMISSO 6 - Criar Centro de Atendimento especializado para crianças, adolescentes e suas famílias com dependência química (Álcool e outras drogas).
COMPROMISSO 7 - Criar Centros de Internação para tratamento de crianças e adolescentes e suas famílias dependentes de álcool e outras drogas.
COMPROMISSO 8 – Garantir a proteção da família (especialmente a de maior vulnerabilidade social, a exemplo da situação de rua, trabalho infantil, abuso/exploração sexual, etc), sobretudo com base na PNAS (2004) e no Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária (2006), na interface com as demais políticas públicas.
COMPROMISSO 9 - Assegurar a convivência familiar e comunitária de crianças e adolescentes, apoiando suas famílias e comunidades com políticas públicas, programas e serviços (geração de emprego e renda, moradia,Programa família acolhedora, etc), como forma de evitar a institucionalização, bem como abreviar o tempo de permanência dos que estão sob acolhimento (institucional e familiar).
COMPROMISSO 10 - Sistematizar/executar uma política voltada para crianças, adolescentes e famílias em situação de vivência/moradia de rua, a fim de superar situações de violação de seus direitos humanos.
COMPROMISSO 11 - Garantir, a partir de uma política da criança e do adolescente, a elaboração e execução efetiva de planos municipais de educação, trabalho infantil, abuso/exploração sexual, dependência química (álcool e outras drogas) situação de rua, convivência familiar e comunitária, etc.
COMPROMISSO 12 - Garantir os direitos de crianças e adolescentes com deficiências e vítimas de qualquer tipo de violência, por meio de ações intersetoriais, envolvendo, sobretudo, áreas como educação, saúde, assistência e segurança pública
COMPROMISSO 13 - Garantir o efetivo funcionamento dos conselhos de direitos e tutelares, bem como a formação de conselheiros, e, ainda, a regulamentação e destinação de recursos do Orçamento Municipal para o Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente (definindo percentual mínimo).
COMPROMISSO 14 - Destinar recursos para a criação/ampliação de espaços voltados para atividades culturais, esportivas e de lazer nas comunidades (especialmente as de maior vulnerabilidade social), voltadas para crianças, adolescentes e suas famílias.
COMPROMISSO 15 - Garantir formação para profissionais (educação saúde, assistência, etc), considerando os direitos de crianças e adolescentes (ECA/1990), ressaltando o dever de denunciar/notificar casos de violação de tais direitos
COMPROMISSO 16 – Assegurar formação continuada para os profissionais que atuam com crianças e adolescentes (educação, assistência social, saúde, etc.) na área do protagonismo juvenil.
COMPROMISSO 17 - Garantir a participação de crianças e adolescentes em espaços de decisões políticas do município, reafirmando/investindo na organização e formação de protagonistas.
COMPROMISSO 18 - Assegurar a implementação e funcionamento dos grêmios e colegiados como espaço de protagonismo nas escolas públicas como critério de aprovação do plano pedagógico.
COMPROMISSO 19 - Articular/fortalecer a Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente, através da atuação integrada (inclusive com uma AGENDA COMUM) de todos os atores do SGD.
COMPROMISSO 20 - Assegurar a municipalização da execução das medidas socioeducativas em meio aberto (liberdade assistida, semiliberdade e prestação de serviços à comunidade), em consonância com as diretrizes estabelecidas pelo SINASE – Lei N. 12.594/2012.
COMPROMISSO 21 - Garantir a proteção integral de crianças e adolescentes ameaçadas de morte, inclusive mantendo interlocução com a PPCAM (programa de proteção a crianças e adolescentes com ameaças de morte).
COMPROMISSO 22 – Garantir a continuidade das atuais equipes técnicas dos Conselhos Tutelares e da Casa de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes, pelo menos por seis meses após a posse.

Bayeux em foco

domingo, 22 de julho de 2012

Ministério Público realiza operação contra prostituição em Bayeux


 O Ministério Público de Bayeux, através do promotor da Infância e Juventude, Dr. Marinho Mendes, realizou, neste sábado (21), mais uma operação nos bares e danceterias da cidade visando coibir a prostituição infantil e a comercialização de bebidas e drogas a menores.
A ação em 17 estabelecimentos contou com a participação da Vigilância Sanitária, Corpo de Bombeiros, Conselho Tutelar, Juizado de Menores, Polícia Civil e Militar e vários órgãos.
“Essa ação conjunta também visa verificar se os estabelecimentos estão com as documentações regularizadas e em condições estruturais de funcionamento”, observou Benedita Oliveira, conselheira tutelar.
Na operação, a famosa danceteria “Funrural”, localizada próximo à Praça 6 de junho, foi fechada. O proprietário já havia sido notificado em outra fiscalização que verificou condições precárias de funcionamento e problemas na documentação.
O dono do estabelecimento conhecido como “Paulo da Funrural” teria tentado suicídio por conta do fechamento da danceteria e uma multa imposta pelo Ministério Público. “Parece que é a segunda vez que ele tenta suicídio”, contou a conselheira.
Bayeux em Foco




sábado, 21 de julho de 2012

Por Marinho Mendes: VIDA AOS MENINOS DE BAYEUX – PRISÃO PARA TRAFICANTES E ÀS AUTORIDADES: AÇÃO!!!‏


Um grito de desespero, de agonia mesmo, ecoa do meu velho peito de Promotor de Justiça calejado, que já viu de tudo, já viu até três crianças e a mãe dessas criaturas inocentes, abusadas pelo pai e companheiro, todo o grupo aqui da Paraíba, ser contaminado pelo vírus do HIV, todo o conjunto já pereceu. Elas vieram se extinguir no torrão querido e sublime, na Paraíba amada e o criminoso em terras estranhas, pois quando a polícia invadiu o morro onde essa infeliz criatura ainda habitava, no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, já estava sendo velada na Associação de Moradores, vítima do vírus que ele havia repassado às crianças e à sua consorte, sendo que as angelicais infantes, famintas e exiladas da Paraíba contavam com 5, 6 e 7 anos de idade e que foram contaminadas pelo pai, por meio de relações anais, vaginais e orais, atitudes que me fazem chorar sempre que me recordo desse drama humano real e me causa náuseas de todos os tipos do abjeto delinquente, talvez uma vítima do sistema capitalista desumano, da corrupção descarada que lhe roubou oportunidades de ter estrutura familiar fornecedora de moral, de formação religiosa, educacional, cultural, esportiva, social, para que se desenvolvesse como um cristão normal e não como um ser monstruoso, teratológico.
Mas o que dizer agora, se tenho em mãos dez, isto mesmo, dez adolescentes marcados para morrer pelos “comandantes” do tráfico de drogas na cidade de Bayeux? Dizer o que? Me respondam por favor. Tô agoniado e ardentemente desejoso de compartilhar esta minha agonia, este meu estado angustioso, amargo, com todos vocês, com toda a sociedade, já que é um eco, uma verberação de um grito de desespero, sem sofisma, sem retórica, sem proselitismo, são 10 ou mais vidas, seus familiares correm risco de morte também.
Vamos compartilhar este meu drama! vamos mesmo!, me ajudem!, de forma que chamo o Secretário de Segurança Pública, o Comandante Geral da Polícia Militar, o Conselho Estadual dos Direitos Humanos, a Comissão de Combate à Violência da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção da Paraíba, Representantes do PPCAAM (Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçadas de Morte), Prefeitura Municipal da Comuna, da Imprensa, esse órgão parceiro e indispensável e, enfim, todos os que de verdade, de coração, de vocação, estejam comprometidos com essa causa: combater a violência, salvar vidas ainda em desenvolvimento e as existências de toda a sua linhagem.
Convoco para que, no próximo dia 02 do mês de agosto, às 10h00, na Promotoria da Infância e da Juventude da Cidade de Bayeux, em audiência concentrada, com a presença de 10, é, 10 famílias marcadas para morrer, encontremos soluções para que salvemos essas crianças e adolescentes, sob pena de pecaminosa, criminosa, ignominiosa omissão de todos, sem apontamento do indicador para quem quer que seja, o culpado seremos todos nós se a tragédia vier a se consumar.
Como Promotor da Promotoria da Infância e da Juventude de Bayeux, todos os dias, temos feito isto: SALVAR, ESCONDER, RETIRAR NAS CALADAS DA NOITE E ATÉ FABRICAR INFRATORES (com pedidos de internação) essas vítimas de tudo, inclusive da acessibilidade atitudinal, desde que a sociedade preconceituosa não as aceita em espaços públicos, a exemplo de escolas, praças, entidades culturais, esportivas, eventos privados, festa sociais etc., pois carregam a marca, o estigma da dependência química, do uso, do vínculo com o tráfico, mas o chamamento não se destina aos preconceituosos atitudinais, mas a quem se dispõe a salvar vidas, ainda que sejam vidas de dependentes químicos de Bayeux e de alhures. É Senhor Secretário, Senhor Comandante, identificados temos 10, é mesmo, 10, que serão mortos nos próximos dias, nas próximas horas.
Traficantes são covardes, não aguentam pressão do Estado Legal, relembremos o combate ao tráfico na Colômbia, recordemos da Pacificação no Rio de Janeiro, histórias vitoriosas na guerra contra o tráfico e que salvou não 10, mas milhares de vidas naquele País e neste Estado Brasileiro.
Autoridades! De todas as esferas, se dispam de toda vaidade, saiam das trevas da omissão, deixem os medos, as conveniências, as zonas de conforto, e vamos enfrentar os poltrões, os pusilânimes traficantes. Vamos salvar os 10 adolescentes de Bayeux e as centenas que se espalham pela Paraíba, deixem que nos processem, que nos representem, que nos denunciem, que alguém suscite violação de direitos humanos, essa causa vale o risco de tudo, até das nossas próprias existências, não se importem se magistrados sedizentes garantistas, míopes dos reclamos sociais e fora do contexto atual soltem celerados que atentam contra a dignidade dos seres humanos, o que importa hoje é salvarmos essas crianças, esses adolescentes. Srs. Policiais Militares, Civis, Promotores de Justiça, Conselheiros Tutelares, Comissários de Menores, Sudema, Vigilância Sanitária, PPCAAM, Prefeitura, Imprensa, enfim, toda a Sociedade Civil organizada, vamos, vamos cerrar fileiras, vamos salvar os meninos de BAYEUX E DE TODOS OS CANTOS DESTA GLORIOSA PARAÍBA, é muito fácil, basta enfrentar os traficantes, eles são covardes, basta ter atitude e eles correrão, retrocederão, se agacharão humilhados, e lhes asseguro, em Bayeux os 10 meninos serão salvos, garanto!!!!!!!!!!!!.
Que este artigo seja uma carta aberta da sociedade de Bayeux às Autoridades de Segurança da Paraíba e após a reunião, as mortes serão de suas inteiras responsabilidades, já que devidamente identificada toda a problemática, com aguardo apenas das devidas garantias, que serão requeridas, aliás, requisitadas documentalmente e publicamente ao aparelho de segurança estatal.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

PRESIDENTE DUTRA DOS MEUS TEMPOS


Lembro-me dos ensinamentos de ÉMILE DURKHEIM quando a recordação de Presidente Dutra enche o meu já velho peito, seus ensinamentos quanto à Sociedade Mecânica se encaixam como uma luva à sociedade do meu tempo, uma vez que conhecíamos todas as pessoas da comuna, seus costumes, seus hábitos, era uma sociedade solidária, os homens e mulheres ainda comiam em gamelas, o café era bem elaborado nas chaleiras de ferro, as refeições não passavam de feijão e para alguns mais abastados feijão e arroz, e quando se abatiam criações, a exemplo de bodes e suínos, pequenas porções eram enviadas para os vizinhos e parentes, era uma sociedade atrasada, mas não tínhamos homicídios, estupros, assaltos, tráfico de drogas, o dinheiro? Ah, era somente um detalhe.
A juventude não conhecia roupas e sapatos de marca, o telefone e a televisão ainda não haviam dados o ar da graça em nosso querido torrão e o celular era coisa de ficção, se é que alguém já sonhasse com essas novidades naqueles tempos. Sim, não havia água encanada e as mulheres transportavam o precioso líquido em suas cabeças, em latas de querosene de 20 litros, cujos paus (colocados no meio da lata para melhor se levantar a mesma) eram caprichosamente colocados por marceneiros da urbe e até fundos de madeira muitas delas ostentavam, para durarem mais.
Era a sociedade mecânica do Velho Durkheim, onde homens e mulheres se conheciam, era a sociedade de Karl Marx, onde todos se reconheciam nos seus próprios trabalhos, nas suas humildes produções, ainda que artesanalmente.
Mas foi Marx também quem disse: “tudo que é sólido desmancha no ar” e Durkheim endossou ao pensar a sociedade orgânica, aquela impessoal, individualista, em que a criação do dinheiro e da própria cidade transformam o homem em alguém que não precisa mais comer na gamela e nem necessita de um pedaço da criação abatida, agora ele pode comprar, não necessita mais conhecer quem produz algo, tudo se desmancha, as famílias, a religião, as empresas, temos agora uma sociedade líquida, foi Zygmunt Bauman quem cunhou esse conceito ao escrever a obra “Modernidade Líquida”, pois, como previu Marx tudo se desmanchou, transformando-se a sociedade com conceitos e instituições solidificadas em algo líquido, desmanchado.
Então indago: qual a sociedade boa? A mecânica, inicial, onde praticamente não existiam crimes e nem havia a competição desleal, onde o dinheiro era apenas um detalhe ou a orgânica, onde a impessoalidade é a marca, o egoísmo, o individualismo desenfreado movido pelo dinheiro e pela cidade que torna o tempo mais veloz e os espaços mais curtos a cada dia, dando azo a se verberar que estamos no tempo da velocidade? Respondam, por favor, a do celular, Iphone, a da internet ou a da gamela?
Mas Bauman ecoa que tudo se encontra líquido, como a dizer que estamos atrás de um novo conceito de sociedade, como a dizer que não podemos censurar o que está acontecendo, já que não existe uma base científica, sociológica e antropológica para afirmarmos que o certo era no tempo dos nossos pais, pois o que acontece agora é que pode ser o certo e aí temos outra questão: ficaremos perdidos até quando em busca de um novo conceito de sociedade? É um grande dilema.
Galego Aboiador, um dos maiores cantadores nordestinos, nascido aqui bem pertinho em Itabaiana, em sua música “ORIGEM DO MEU SERTÃO” ele conta que ao passar um tempo fora se espantou com as mudanças trazidas pelo tempo e que mudaram de forma radical a sua própria casa, e essa perplexidade do homem daquele tempo cabe aqui e serve para a Presidente Dutra dos meus tempos e de agora, vejam trechos da sua música: “Lá não vi o lampião que pai à noite acendia, a lata de querosene também estava vazia, deram fim ao candeeiro por causa da energia, o pote de água fria trocaram por geladeira, mas falta aquele gostinho da aguinha da biqueira, gelada em potes de barro feitos nas mãos da louceiraaaa! Lá não vi mais a chaleira que mãe fazia café e nem o chifre de boi que pai botava rapé, coisas que o jovem de hoje se vê não sabe o que é! Lá não vi mais o tropel dos burros no tabuleiro, nem os estalos dos relhos pros burros andar mais ligeiro, resta somente a saudade no coração do tropeiro! Meninos da minha terra não querem brinquedos de osso, coisas que a gente tinha sem gastar nada do bolso. Da minha vaca de osso não achei nem os retratos e os meninos de hoje não querem brinquedos baratos, compra um carro da estrela, sacode o outro no mato. No lugar do oratório que mãe fazia oração, botaram no seu lugar uma grande televisão....
É isto que resta nos corações dos saudosos, dos sonhadores, dos exilados da terra que amam em busca da sua estabilidade. Um abraço ao grande Paulo Novaes, grande figura da minha cidade.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Veja imagens da operação do Ministério Público que fechou casas de shows em Bayeux


 Uma grande operação do Ministério Público da Paraíba neste domingo (8), em Bayeux, contra o comércio de bebidas envolvendo menores e a prostituição infantil terminou com o fechamento do Esporte Clube São Paulo, Daikiry, espetinho do Hiper compras e um bar que funciona numa granja no bairro Rio do Meio.
O promotor de justiça Marinho Mendes comandou toda operação



Bayeux em Foco

Ministério Público fecha São Paulo de Bayeux


Exclusivo - Uma operação desencadeada pelo Ministério Público de Bayeux, através do promotor Marinho Mendes, entidades sociais e Conselho Tutelar com a finalidade de reduzir os índices de prostituição infantil no município culminou, na noite deste domingo (8), com o fechamento do Esporte Clube São Paulo de Bayeux, na Avenida Engenheiro de Carvalho, no centro.
Conforme relatos da conselheira tutelar Benedita de Oliveira, em entrevista ao Bayeux em Foco, o clube foi fechado por tempo indeterminado. Na vistoria do MP teria sido constatado a presença de menores, inclusive, comercializando bebidas alcoólicas.
A justiça determinou ainda o encerramento de uma festa no ginásio do Jaime Caetano e notificou vários estabelecimentos comerciais na cidade.
Nesta sexta-feira (6) o promotor promoveu uma palestra com os donos de bares da cidade para que o alto índice de prostituição infantil nesses estabelecimentos pudessem ser combatidos.
Bayeux em Foco

domingo, 8 de julho de 2012

HOMENS DE PRESIDENTE DUTRA E SUAS CULTURAS


Sou apaixonado por Cultura, notadamente a Cultura Popular. Percebi que a Cultura e o Esporte salvam vidas, projetam pessoas para o sucesso e retira uma inavaliável quantidade de seres humanos da exclusão, não sei o motivo pelo qual os nossos prefeitos não criam espaços culturais e esportivos em suas cidades, visando ensinar cultura e esportes e até descobrir grandes valores escondidos e sem oportunidades.
                                               A nossa cidade foi rica em Cultura Popular e passarei a citar pessoas que sem saber, fizeram cultura na nossa terra.
                                               Inicialmente citarei JÚLIA CAROTEIRA (caroteira vem de carotes, utensílios para transporte d’água no lombo de animais ou pequenos barris de madeira ou borracha) que com sua s filhas BIINHA (Laudelina), Maria e Elvira, além do filho Manuel de Júlia, o Saruê, juntamente com outros moradores do povoado Bernaldo (sobre quem pretendo escrever) era exímia carpideira, ou seja, era paga para chorar e rezar para todos os defuntos da Dutra e região, iam para São Gabriel, Irecê, Uibaí, eram profissionais dessa cultura, de forma que merecem o mais sentido reconhecimento, elas fizeram cultura na nossa terra sim senhores.
                                               Júlia, suas filhas e filho e outro originários DO BERNAlDO, também encenavam nas noites de Janeiro o BOI DE REIS ou BUMBA MEU BOI, ou BOI DE JANEIRO, uma história trazida da Espanha e Portugal, cujo enredo se desenvolve sobre a morte e ressurreição do boi e aqui na Paraíba ainda tem como personagem o mestre, o contramestre, galantes e damas, Mateus, Birico, Catirina, Vaqueiros, Cavalo Marinho, Urso, Ema, Gata, Jaraguá, Gigante e o Boi. Eu tive o privilégio de assistir o Boi de Reis de Júlia Caroteira, já que esse folguedo era apresentado nas casas, sempre na parte da noite e era acompanhado por grande número de pessoas, uns atrás do espetáculo, outros de namoradas e bebida.
                                               Não me esqueço dos fundadores do Clube do Turfe em Presidente Dutra, essa cultura inglesa era praticada pelos nativos FRANCISO MIRANDA, o nosso inesquecível CHIÇÃO (pai de Saul, Davino, Antonio, Pedrão, Rita e Nacó), o qual, ao lado do seu amigo e compadre ZÉ PADRE, assessorados pelo expert no assunto PEDRO XENXEM do Canoão de João Gomes, animavam com corridas de cavalos as tardes de domingo na nossa querida comuna, os locais da prática eram o Campo de Avião e a estrada em frente ao cemitério, com cercas de quiabento dos dois lados, se o animal desgarrasse lá no campo de avião, o jóquei perdia o desafio e na estrada do Canoão, lá no cemitério, seria duramente castigado pelos espinhos sempre afiados do quiabento. Me lembro que Zé Padre era o próprio jóquei do seu cavalo, mas parece que nunca chegou a ganhar nenhuma prova, contudo, não desistia, era um apaixonado. A maior corrida que ocorreu em Presidente Dutra, foi a do Cavalo 21 e a do Russio de Chicão, o Russio perdeu e Davi de Argemiro (Davizinho de Diva) foi um dos apostadores que mais perdeu dinheiro na bolsa de apostas.
                                               Não nos esqueçamos de Silvino Vermelho e Dona Luzia, eles são pioneiros no Candomblé, uma religião rica em cultura e tratada com preconceito e discriminação por muitos, eles tiveram a coragem de assumir a religião e a divulgaram na região, eu inclusive sou no Candomblé filho de Baru.
                                               Grande personagem era ZÉ PEQUENO, pai de Nissão, Antonio Pequeno, Zilda, só para citar alguns, era devoto de Santa Luzia a mártir decapitada em 303 porque não quis casar com um poderoso e além da procissão (herança do catolicismo sertanejo), realizava invejáveis  quermesses, com dezenas de animais e aves, além de comidas oferecidas à santa, sendo oferecidos nos animados leilões.
                                               Os moradores da Rua Do Folga (desculpe a informalidade é que me esqueço do nome correto), Aristóteles, Nondas, Maninho Bago Mole e Gilmar de Anfilófio, chegaram a realizar desfiles dos chamados CARETEIROS, cujo nome correto só depois tive oportunidade de conhecer, ou seja, são os PAPANGUS NORDESTINOS, figuras que povoam os carnavais vestidos dos pés até à cabeça e com máscara, são tiranos, desengonçados, perigosos, quem mexer com a mulher do PAPAPNGU é solertemente castigado.
                                               Não menos importantes foram João Miranda com seus forrós onde a democracia imperava, todos podiam dançar desde que a dama aceitasse. Mané dos Santos, inventor dos enterros em rede de dormir e primeiro na realização de cantorias com os repentistas que chegavam da Paraíba e se apresentavam para nós. Lázaro, Zezinho Casa Nova e Pedro de Jaci, os irmãos que trouxeram uma cultura de desenvolvimento para a cidade, pois adquiriram caminhões para transportar tudo, inclusive as pobres mães de família presidentinas para a Boca D’água, Uibaí e Fonte Grande, a fim de lavarem nossas roupas, bem como, vendiam água nos tempos das causticantes estiagens a preço simbólico ao nosso povo sedento e faminto.
                                               Será que essas culturas permanecem ou foram enterradas em companhia dos seus apologistas? Será que seus candidatos que alguns defendem com tanto ardor possuem uma consciência cultural e esportiva? Se não, seus comentários que tenho visto, refletem apenas paixão, fanatismo e o mais dos angustiantes atrasos, já que reflete as trevas de uma paixão pueril, cega, irresponsável, patológica que a todos prejudica, pois quatro anos perdidos numa administração sem preparo, é um tempo que não volta, é prejuízo demais para as crianças, para os idosos, para a juventude e para aqueles que precisam das mais diversas oportunidades, para se realizarem como mulheres, homens, cidadãos, cuja dignidade humana, muitas vezes é desrespeitada, por conta da estreiteza mental que obnubilam suas mentes e alçam aos passos municipais os carrascos, os ditadores ególatras, vazios, incapazes de gerarem o bem comum, qualidade de vida, emprego, renda, educação, saúde e embelezamento da Urbe e fechando, esses homens e mulheres que acima nominei, merecem homenagens, como bustos nas praças, nomes de logradouros e outras honrarias, pois marcaram época e deixaram um legado de paz, de alegria, de honestidade, de humildade, como devem ser as coisas de Deus.